O governo federal publicou na sexta-feira (10) uma medida provisória que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar até um milhão de toneladas de arroz.
O governo quer evitar o aumento dos preços do produto em meio as enchentes no Rio Grande do Sul. O estado é o principal produtor do grão no país.
Nesta semana, Lula já havia antecipado que o governo estudava uma medida visando a importação:
— Agora com a chuva, acho que nós atrasamos de vez a colheita do Rio Grande do Sul. Se for o caso, para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão, para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha.
A compra será por meio de leilões públicos a preço de mercado. Os estoques serão destinados preferencialmente à venda para pequenos varejistas das regiões metropolitanas.
O Rio Grande do Sul produz 70% de todo o arroz no Brasil. A previsão neste ano era de uma safra de 7,4 milhões de toneladas, mas esse cálculo foi feito antes das chuvas. O mercado brasileiro de arroz é relativamente ajustado e a produção nacional se aproxima do consumo doméstico que, anualmente, é em cerca de 10 milhões de toneladas.
A Conab aponta que os períodos de chuva excessiva ou secas severas causam impedimentos no cultivo do arroz, o que reflete em redução de área e perdas significativas na produção. Quando isso acontece, gera pressão sobre os preços internos do produto e ocorre uma redução no consumo. Com isso, para suprir a demanda, o país recorre a importação do produto para reabastecer os estoques.
O Brasil importa cerca de 1 milhão de tonelada por ano, a maior parte do Paraguai, que entra via terra por Mato Grosso do Sul. Por isso, a tendência é que a maior parte da importação também seja do Paraguai.
O objetivo do governo é importar e vender o grão para o mercado local.