Por Sergio Tamer, professor e advogado
Poucos jornais possuem uma história de vida tão pontilhada de atos heroicos e pitorescos quanto o Jornal Pequeno nestes seus 73 anos de existência!
Fenômeno popular por sua larga aceitação nas primeiras décadas da segunda metade do século 20, o Jornal Pequeno estará para sempre com o seu nome vinculado ao seu fundador, o combativo jornalista e radialista Ribamar Bogéa.
Mas se seu legado na defesa das causas populares e no combate aos desmandos governamentais foi seu grande apanágio, de igual forma se pode dizer da sua resistência democrática e das suas lutas pelas liberdades, sendo a maior delas a liberdade de imprensa, posto que corolário de todas as outras, como a liberdade de expressão.
Rui Barbosa dizia que “Imprensa e liberdade, jornalismo e consciência são termos de uma só equação. Onde a manifestação da consciência não for independente, não há jornalismo. Onde a imprensa existir, a independência no escrever é irrecusável.” E era o próprio Rui quem advertia que era preferível uma imprensa livre, com todos os seus excessos, do que uma imprensa amordaçada pela censura.
Hoje a tentação da censura rondeia novamente os detentores do Poder sob o pretexto de combate às fake news. É preciso, sim, expurgá-la dos meios de comunicação, responsabilizando seus autores, sem incorrer, todavia, em atos de censura prévia. Novamente é Rui, em seu texto “A Imprensa e o dever da verdade” quem nos conclama a enfatizar a importância da verdade, integridade e transparência nas notícias veiculadas.
Impossível imaginar uma democracia sem imprensa livre. O Jornal Pequeno, por seus redatores e editores, segue os mesmos princípios que nortearam, desde a sua fundação, o “jornal das multidões”. Alvíssaras! E parabéns aos seus bravos jornalistas, colaboradores e sobretudo a nós, seus leitores!