Uma menina judia, de 12 anos, foi estuprada por três adolescentes, em um ataque antissemita em Paris.
Segundo o Jewish News Syndicate, o caso chocou a comunidade judaica da França e os três menores foram presos.
No último sábado (15), a menina voltava para casa com uma amiga quando tudo aconteceu. Ao atravessar o Parque Henri Regnault, em Courbevoie, subúrbio de Paris, ela foi abordada por dois adolescentes, de 12 e 13 anos. A judia conhecia vagamente um deles.
Eles bloquearam sua passagem e a obrigaram a ir com eles até uma creche abandonada. Um terceiro menor chegou e começou a insultar a menina, a chamando de “judia suja”.
Um dos agressores estava com um isqueiro na mão e ameaçou queimá-la. Eles abusaram sexualmente dela de várias formas e disseram que a matariam caso ela contasse a alguém o que havia acontecido.
No celular de um dos infratores, havia uma imagem de uma bandeira de Israel queimada e comentários antissemitas.
Logo depois, a vítima foi para a casa e contou aos pais que havia sido abusada. A amiga da menina, que estava junto quando os meninos a levaram, descreveu como eram os suspeitos.
E, por meio de imagens de câmeras de segurança, a polícia confirmou que os três menores estavam no local do crime. Eles foram detidos pela brigada de proteção à família em Hauts-de-Seine.
Na terça-feira (18), o Ministério Público de Nanterre informou que os meninos foram acusados de estupro coletivo, ameaças de morte, violência antissemita, tentativa de extorsão, invasão de privacidade, violência e insultos.
Os dois últimos crimes são agravados porque os abusadores são acusados de atacar a menina devido a sua fé. Uma investigação judicial está em andamento.
Onda de ódio contra os judeus
O sentimento antissemita aumentou na França — que tem a maior população judaica e muçulmana da Europa — devido à guerra entre Israel e Hamas.
As autoridades registraram 366 atos antissemitas nos primeiros três meses de 2024, um aumento de 300% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o primeiro-ministro da França, Gabriel Attal.
É insuportável. Está ficando cada vez mais sério a cada dia. Depois dos grafites antissemitas que vimos nos últimos dias, slogans antissemitas, insultos antissemitas, agora temos tentativas de incendiar sinagogas”, disse Arfi, presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas na França, em entrevista anterior à AP News.
“Todos estão se perguntando se podem viver uma vida tranquila na França como judeu”, acrescentou. “Há um clima de medo porque parece que, em qualquer lugar do nosso país e a qualquer momento, pode ocorrer um ataque antissemita”.