Na esteira de uma sessão bastante negativa para o câmbio doméstico, na qual o dólar se aproximou de R$ 5,60 pela primeira vez desde janeiro de 2022, a posição comprada em dólar contra o real via derivativos pelo investidor estrangeiro renovou máxima histórica, ao subir para US$ 81,9 bilhões, de acordo com dados divulgados pela B3.
Somente no pregão de sexta-feira, houve um aumento de US$ 3,65 bilhões na posição. Vale notar, porém, que o dado se refere à última sessão do mês e, assim, pode estar contaminado por ajustes relativos à formação da Ptax do mês e pela liquidação de contratos futuros. A Ptax é uma cotação calculada pelo Banco Central que serve como referência para contratos no mercado de câmbio.
A posição é vista como uma aposta do investidor estrangeiro contra a valorização do real, ainda que essa leitura não seja totalmente precisa. Isso porque os dados também englobam investimentos em “offshores”, que podem ser feitos por investidores locais, além de parte desse montante ser referente a estratégias de “hedge” (proteção) e não necessariamente uma aposta direcional no desempenho da moeda brasileira.
Os dados incluem a posição em dólar futuro, dólar mini, swap cambial e cupom cambial (DDI). Tal posição havia batido US$ 73,5 bilhões há cerca de um mês, com um aumento firme da posição ao longo de junho. Os números da B3 também mostram que houve um incremento robusto na última sessão por parte dos investidores institucionais na contraparte, na posição vendida em dólar (aposta na valorização do real), saindo de US$ 4,46 bilhões na quinta-feira para US$ 7,52 bilhões na sexta.