Depois dos 50: veja dicas de investimento para a 3ª idade

Equilibrar investimentos e aposentadoria com mais de 50 anos pode ser um desafio, mas é possível com uma estratégia bem planejada

Fonte: Com FECAP

Para quem passou dos 50 anos, é possível imaginar que investimentos talvez não sejam rentáveis, pela ideia de que o tempo de vida e para o rendimento “está diminuindo”. Mas segundo o professor e coordenador do Instituto de Finanças da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Ahmed Sameer El Khatib, é perfeitamente possível e recomendável investir durante a “melhor idade”.

Um dos principais erros é achar que é tarde e, portanto, considerar melhor não fazer nada e deixar o dinheiro parado ou até mesmo na poupança, perdendo sua rentabilidade para a inflação.

“Sempre há tempo de se planejar, o que muda é o nível de esforço, sobretudo, considerando que a expectativa de vida do brasileiro está em mais de 75 anos! Para uma pessoa com mais de 50 anos, pode ser vantajoso investir em opções de longo prazo, como investimentos em renda fixa, que oferecem menor volatilidade e maior estabilidade. Além disso, investir em ações de empresas sólidas e bem estabelecidas pode ser uma opção interessante para quem busca retornos mais sólidos a longo prazo”, opina o professor.

PLANEJANDO A APOSENTADORIA

Equilibrar investimentos e aposentadoria com mais de 50 anos pode ser um desafio, mas é possível com uma estratégia bem planejada. Algumas dicas do professor da FECAP para equilibrar investimentos e aposentadoria incluem:

Poupar para a aposentadoria: guarde uma parte dos seus rendimentos e salários para a aposentadoria, a fim de garantir uma renda passiva após a idade de trabalho.

Investir em diferentes tipos de investimentos: diversifique sua carteira de investimentos para reduzir a vulnerabilidade a possíveis perdas em um determinado setor ou mercado. Algumas opções incluem ações, fundos imobiliários, títulos públicos e privados.

Planejar a transição: considere como você vai planejar a aposentadoria, incluindo a redução do risco e a busca por investimentos lucrativos, mas menos voláteis.

Acompanhe o rendimento das suas aplicações: monitore o desempenho de seus investimentos e faça ajustes conforme necessário, acompanhando os rendimentos e aportando mensalmente.

Investir no longo prazo: mesmo após os 50 anos, é importante iniciar ou continuar investindo para assegurar um futuro financeiro estável.

Considerar outras opções de investimento: para quem ainda não começou a investir, o importante é dar o primeiro passo. Outras opções de investimento, como planos de previdência privada, podem ser consideradas complementares às aplicações existentes.

INVESTIMENTOS QUE VALEM A PENA AOS 50

Segundo El Khatib, para esse perfil de investidor, investimentos de longo prazo podem ser vantajosos, tais como:

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio): são investimentos de renda fixa com isenção de Imposto de Renda, títulos que captam recursos visando o desenvolvimento do setor imobiliário e agronegócio, respectivamente. A empresa que tomou o crédito tem a obrigação de quitar a dívida com o banco, pagando juros pelo empréstimo. O banco recebe da empresa tomadora os juros pela concessão do crédito e paga ao investidor o valor.

Tesouro Direto: o Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional que permite a venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, de forma 100% online. É uma excelente alternativa de investimento, pois oferece títulos com diferentes prazos de vencimento e remuneração, além de ser seguro e de apresentar boa rentabilidade e liquidez diária. Apresenta-se como uma opção de baixo risco, com títulos públicos que podem ser mantidos até o vencimento, proporcionando retorno a longo prazo.

Fundos Imobiliários (FIIs): são fundos de investimento que possuem como objetivo investir em ativos do mercado imobiliário, como imóveis, títulos de dívida imobiliária, entre outros. Eles funcionam como um condomínio de investidores, onde cada investidor adquire cotas do fundo e, assim, se torna um proprietário de uma pequena parte do portfólio do fundo. O objetivo é obter renda com a locação, arrendamento ou venda desses ativos. Existem diferentes tipos de FIIs, como os fundos de tijolo, que investem em imóveis físicos, e os fundos de papel, que investem em títulos de dívida imobiliária.

Esses investimentos são vantajosos para pessoas acima dos 50a, pois oferecem a oportunidade de construir um patrimônio sólido e estável, além de proporcionar renda complementar no futuro, como na aposentadoria. Investir a longo prazo também permite a ação dos juros compostos, o que pode potencializar os rendimentos ao longo do tempo.

No entanto, é importante considerar o perfil e os objetivos pessoais, bem como buscar a orientação de um profissional financeiro para tomar decisões adequadas.

QUANTO TEMPO POUPAR PARA A APOSENTADORIA?

Para uma pessoa de 50 anos, o prazo máximo considerado para investimentos de longo prazo geralmente seria em torno de 15 a 20 anos, levando em conta a idade de aposentadoria, que no Brasil é de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres.

Já para uma pessoa de 60 anos, o prazo máximo seria de 5 a 10 anos, considerando a proximidade da aposentadoria. Para alguém de 70 anos, o horizonte de longo prazo pode ser de 5 a 10 anos, considerando que os custos de vida são maiores nessa faixa etária e é necessário que haja bastante liquidez para cobrir eventuais emergências.

Esses prazos levam em consideração a idade da pessoa e a proximidade da aposentadoria, buscando alinhar os investimentos com os objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo, bem como com a necessidade de resgate dos recursos.

NÚMEROS NA PRÁTICA

Pessoa de 50 anos que tenha hoje R$ 5.000,00 e não faça nenhum aporte por 20 anos:

– Tesouro IPCA + (vencimento em 2045): teríamos um valor bruto de R$ 34.562,86 e descontando o Imposto de Renda e taxa da B3, teríamos um valor líquido de R$ 28.713,86.

– LCI/LCA: teríamos um valor bruto de R$ 17.850,24.

– Fundos Imobiliários: teríamos um valor bruto de R$ 18.750,43.

Pessoa de 60 anos que tenha hoje R$ 5.000,00 e não faça nenhum aporte por 10 anos:

– Tesouro IPCA + (vencimento em 2035): teríamos um rendimento bruto de R$ 13.990,20. Descontando o Imposto de Renda e taxa da B3, teríamos um valor líquido de R$ 12.334,24.

– LCI/LCA: teríamos um valor bruto de R$ 9.853,08.

– Fundos Imobiliários: teríamos um valor bruto de R$ 8.250,36.

Pessoa de 70 anos que tenha hoje R$ 5.000,00 e não faça nenhum aporte por 5 anos:

– Tesouro IPCA + (vencimento em 2029): teríamos um rendimento bruto de R$ 7.913,87. Descontando o Imposto de Renda e taxa da B3, teríamos um valor líquido de R$ 7.394,13.

– LCI/LCA: teríamos um valor bruto de R$ 6.944,34.

– Fundos Imobiliários: teríamos um valor bruto de R$ 2.354,36.

“Lembre-se de que cada pessoa tem circunstâncias financeiras únicas, portanto, é importante consultar um plano financeiro profissional para ajudar a equilibrar investimentos e aposentadoria com mais de 50 anos!”, finaliza o docente.

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