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Abertura das Olimpíadas encenou deuses do Olimpo, não a ‘Última Ceia’, diz diretor

Apesar da polêmica, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos foi recebida com entusiasmo quase unânime na França

Fonte: Da redação

Após críticas da extrema-direita mundial sobre a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, que envolveu a participação de drag queens em uma cena que supostamente fazia referência ao quadro “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, o diretor artístico do evento, Thomas Jolly, negou, neste domingo (28/7), qualquer relação com a pintura ou com a fé cristã. Segundo Jolly, a encenação foi inspirada nos deuses do Olimpo, como Baco, o deus do vinho.

“Nunca encontrarão da minha parte nenhuma vontade de zombar, de difamar nada. Eu queria fazer uma cerimônia que reparasse, que reconciliasse. Que também reafirme os valores da nossa República”, declarou Jolly à rede de televisão BFMTV, após políticos de extrema-direita na França classificarem o momento como uma “blasfêmia” e intolerância religiosa contra a fé cristã.

Uma das inspirações da cena foi a pintura “Festa dos Deuses”, de Jan Harmensz van Bijlert. “A ideia era fazer um grande festival pagão ligado aos deuses do Olimpo”, afirmou Jolly. Em concordância com o artista, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO) também declarou neste domingo que não houve intenção de desrespeitar religiosos.

“Nunca houve qualquer intenção de desrespeitar qualquer grupo religioso”, disse Anne Descamps, diretora de comunicações do COJO, em entrevista coletiva. “Se alguém ficou ofendido, lamentamos muito”, acrescentou.

Entenda a Polêmica

Em um dos momentos da cerimônia de abertura, na última sexta-feira (26), o espetáculo “Festividade” apresentou um grupo de pessoas de diversos gêneros, idades, raças e orientações sexuais em uma longa mesa, semelhante à obra “A Última Ceia”. A encenação foi dividida em dois momentos: primeiro, um desfile de moda sobre a mesa cercada de frutas; e, em seguida, uma seção intitulada “unidos na diversidade”, que incluiu um espetáculo de dança com elementos criados pela comunidade LGBTQIA+. Nesse momento, personagens cristãos foram retratados por drag queens.

As cenas foram intercaladas com outras apresentações, incluindo shows da cantora Lady Gaga, considerada um ícone da comunidade LGBTQIA+, e da francesa Aya Nakamura. Para encerrar, o cantor e ator Philippe Katerine apareceu sobre a mesa pintado de azul, representando o deus Dionísio, da mitologia grega.

Apesar da polêmica, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos foi recebida com entusiasmo quase unânime na França, de acordo com a Agência France-Presse.

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