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Investimentos no Exterior por Brasileiros: Tendências, Plataformas e Debates

Nos últimos anos, o interesse dos brasileiros por investimentos no exterior tem crescido de forma significativa

Fonte: Da redação com Ian Souza

Nos últimos anos, o interesse dos brasileiros por investimentos no exterior tem crescido de forma significativa. De acordo com dados do IRPF 2024, publicados pela Receita Federal, o número de pessoas que declararam bens no exterior subiu de 206.505 em 2018 para 816.128 em 2023. Além disso, o valor total de bens declarados no exterior atingiu aproximadamente R$ 1,1 trilhão em 2023.

Esse aumento expressivo reflete uma tendência de diversificação de investimentos e busca por novas oportunidades além das fronteiras brasileiras.

Para facilitar essa transição para o mercado internacional, diversas empresas fundadas por brasileiros têm se destacado, oferecendo plataformas especializadas. Entre elas, destacam-se a Avenue, a Vest e a Stalwart Holdings. Esta última foi fundada pelo professor Fabio Dias, acadêmico da Universidade de Surrey, no Reino Unido.

A Stalwart Holdings é uma plataforma inovadora que integra uma consultoria gratuita durante o processo de ingresso do cliente, utilizando um sistema de perguntas sobre tolerância a risco, objetivos e situação fiscal do investidor. As respostas são automaticamente analisadas, propondo uma combinação de investimentos customizada ao perfil do cliente. Nos Estados Unidos e na Europa, esse tipo de solução é conhecido como robo-advisor.

A Stalwart Holdings iniciou suas operações baseada em pesquisas acadêmicas e publicações na área de inteligência artificial aplicada a finanças realizadas pelo próprio professor Fabio. A empresa possui clientes no Reino Unido e no Brasil, com funcionários em ambos os países, sendo liderados por Fabio, que também monitora a performance dos investimentos. Além disso, há um controlador externo responsável por fiscalizar de maneira independente as atividades da empresa, garantindo transparência e segurança aos investidores.

Apesar do sucesso e inovação trazidos por plataformas como a Stalwart Holdings, o modelo de negócios do professor Fabio não é isento de críticas. A professora doutora Elnora Gondim, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), expressou preocupação com o aumento de investimentos de brasileiros no exterior, argumentando que isso pode reduzir o montante de capitais disponíveis para investimentos em atividades produtivas no Brasil. Segundo a doutora Elnora, “o professor Fabio pode ter boas intenções com os seus investidores, mas ele poderia fazer um uso melhor de avanços tecnológicos de uma maneira que gerasse investimento dentro do próprio Brasil.”

O renomado investidor Luis Barsi, um dos maiores investidores pessoa física da Bolsa de Valores de São Paulo, compartilha uma visão semelhante. Quando questionado sobre sua opinião a respeito de investimentos fora do Brasil, Barsi afirmou que é “ridículo o cidadão procurar oportunidades onde elas não existem ou, se existem, não são comparáveis com as daqui.”

De acordo com o professor Fabio, investimentos no Brasil e no exterior são complementares e um não exclui o outro. De acordo com ele, “é importante ressaltar que a decisão de investir no exterior não exclui a possibilidade de investimentos no Brasil. Pelo contrário, acreditamos que um portfólio diversificado pode incluir ativos nacionais e internacionais, beneficiando-se das oportunidades e mitigando os riscos específicos de cada mercado.”

O debate sobre a alocação de capital no exterior versus o investimento em oportunidades locais é complexo e envolve múltiplas perspectivas. Por um lado, a diversificação e a busca por segurança financeira motivam muitos investidores a explorar mercados internacionais. Por outro, há uma preocupação legítima com o desenvolvimento econômico interno e a necessidade de fomentar investimentos que possam contribuir diretamente para o crescimento do país.

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