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Governo vê brecha para indicar novo presidente do BC ainda em agosto

O mandato de Campos Neto na presidência do Banco Central termina em 31 de dezembro

Fonte: Da redação

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva identificou uma oportunidade no Congresso Nacional para indicar o novo presidente do Banco Central (BC) ainda em agosto, conforme apurou o Estadão/Broadcast. A estratégia do governo é aproveitar o esforço concentrado que os parlamentares farão antes das eleições municipais para também votar o indicado pelo Executivo à presidência da instituição monetária.

Fontes próximas ao governo revelaram que o nome mais cotado para substituir Roberto Campos Neto é o do atual diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo. Embora Lula ainda não tenha tomado a decisão final, o favoritismo de Galípolo vem crescendo.

Após a escolha do presidente Lula, o indicado deverá ser submetido à sabatina no Senado. Para evitar oposição ao novo nome, líderes do governo já estariam começando a articular a aprovação do futuro chefe da autarquia junto ao Congresso.

O plano em desenvolvimento inclui a indicação de três nomes simultaneamente: o novo presidente do BC e dois novos diretores, como revelou o Estadão/Broadcast. Embora as indicações não precisem ser votadas juntas, há uma avaliação de que a aprovação de três nomes ao mesmo tempo seria mais fácil no Parlamento. Essa proposta, articulada pelo Palácio do Planalto, é bem recebida dentro do Ministério da Fazenda. Os mandatos dos diretores Carolina de Assis Barros (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e Otavio Damaso (Regulação) terminam em 31 de dezembro de 2024, e eles devem ser substituídos.

Caso Galípolo seja indicado à presidência do BC, abrirá também uma vaga na diretoria de Política Monetária, o que não preocupa o governo, que já considera diversos nomes para essa posição. No entanto, para a presidência, o campo de escolha é mais restrito.

Por Que a Pressa na Indicação?

O mandato de Campos Neto na presidência do Banco Central termina em 31 de dezembro, sendo esta a primeira substituição na presidência sob o sistema de mandatos fixos da instituição, iniciado com a aprovação da lei de autonomia operacional do BC em 2021. Fontes do Banco Central já consideram certa a antecipação da indicação em agosto, por três motivos principais.

O primeiro motivo é político: o governo busca reduzir o risco de derrotas no Congresso. Apesar das preocupações, a avaliação é de que Gabriel Galípolo, caso seja o indicado, não enfrentará resistências significativas no Parlamento. Em sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para a diretoria, ele teve uma passagem tranquila.

O segundo motivo é econômico: a indicação antecipada pode evitar surpresas e impactos negativos na economia brasileira.

Por fim, o terceiro motivo é estratégico: diminuir o poder de Campos Neto no Banco Central. Desde que assumiu a presidência em 2023, Lula tem criticado Campos Neto, chegando a defini-lo como seu “adversário político” e associando-o ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Campos Neto também tem sido alvo de críticas dentro do PT por sua suposta proximidade com adversários políticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), possível candidato em 2026.

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