Pesquisa revela que mais da metade das empresas no Brasil sofreu fraude

Relatório Diagnóstico das Fraudes no Brasil indica que 63% das empresas identificaram ações ilícitas em suas corporações

Fonte: Assessoria Grant Thornton

De acordo com o estudo Diagnóstico das Fraudes no Brasil conduzido pela Grant Thornton Brasil, 63% dos respondentes identificaram uma ou mais fraudes nos últimos 12 meses. Destes, 90% classificaram a “oportunidade” como a principal motivação que influenciou a ocorrência, ocasionada pela deficiência ou ausência de controles, atividades de prevenção e detecção ou resposta aos riscos.

Realizado com companhias de diversos segmentos do Brasil, o relatório mostra que, para as empresas de pequeno porte, 85% das fraudes ocorrem pela falta ou deficiência de controles internos. Por outro lado, para as corporações de médio e grande porte, 80% das ações ilícitas estão relacionadas às falhas ou ausência de mecanismos de resposta a ameaças.

Embora a prevenção seja fundamental para evitar esses acontecimentos, uma lacuna significativa é observada no Brasil, em que 67% dos entrevistados não aumentaram os investimentos em medidas preventivas, revelando uma postura reativa da alta administração, além de maior potencial dos riscos de fraudes. “Empresas que investem em controle, integridade e prevenção colhem os frutos de uma gestão mais sólida, com redução de riscos, aumento da confiança dos stakeholders e melhoria da reputação”, afirma Alessandro Gratão, sócio líder de Forensic, Investigation & Dispute Services (FIDS) da Grant Thornton Brasil.

A pesquisa alerta também para a ameaça significativa ao patrimônio do empresariado brasileiro, em que 46% dos casos envolveram valores até R$ 500 mil e em 39% causaram prejuízos milionários, superiores a R$ 10 milhões. No entanto, em 93% das ocorrências, as companhias recuperaram menos de 20%. “É comum, em períodos de crescimento, os empresários e gestores terem maior tolerância a fraudes financeiras e enxergarem essas perdas como inerentes ao processo. Porém, em momentos de crise ou recessão, mesmo os pequenos desvios são identificados com mais facilidade pela redução de custos e dos mecanismos de dupla-checagem implementados para acompanhar a saúde financeira da empresa”, observa Gratão.

Perfil do fraudador

A pesquisa Diagnóstico das Fraudes no Brasil buscou também identificar as características e os comportamentos mais recorrentes indicados no perfil do fraudador, revelando que a maioria dos casos envolve profissionais com experiência na empresa e ocupando cargos de confiança.

    • Tempo na empresa: 49% possuía experiência entre 1 e 5 anos, ou seja, há conhecimento suficiente sobre o ambiente de controles e ações de monitoramento para racionalizar a probabilidade de detecção antecipadamente.
    • Nível de autonomia e influência do fraudador: em 47% dos casos, os fraudadores ocupavam cargos entre coordenador e presidente, seguido de especialistas a assistentes com 32%. Profissionais vinculados a terceiros (clientes, fornecedores, prestadores, subcontratados etc.) foram responsáveis por 14% das fraudes, o que reforça a importância de estender a todos os stakeholders os mesmos mecanismos de integridade aplicados aos colaboradores.
    • Motivação das fraudes: 73% das ocorrências tinham como objetivo o ganho financeiro, seguido pelo atingimento de metas, 10%, e a influência do ambiente ou a cultura organizacional, 8%. Já itens relacionados a fatores diversos como dívidas, vantagem pessoal, vicio e promover-se politicamente somam 7%.
    • Idade: 87% das ocorrências foram cometidas por profissionais entre 26 e 45 anos;
    • Gênero: 87% das fraudes foram cometidas por homens, 11% por mulheres e 2% por ambos em conluio. Neste caso, Gratão pondera que não necessariamente os homens são mais propensos a fraudes.

“É preciso considerar que na realidade das empresas no Brasil ainda há maior incidência de cargos ocupados por homens, principalmente nas funções de liderança, o que pode influenciar neste resultado”.

Falta de transparência leva à reincidência

A comprovação de fatos em investigações depende de evidências sólidas e documentadas. Nesse sentido, a pesquisa aponta que as análises de transações, 34%, sistemas de mensagens, 21%, e documento, 20%, são as principais fontes de provas para confirmar fraudes, fornecendo dados precisos sobre cronogramas, envolvidos e valores financeiros.

Após a identificação do ocorrido, 80% dos fraudadores tiveram o vínculo encerrado sem uma medida de ação judicial contra o infrator. De acordo com Gratão, esse comportamento ressalta o risco de impunidade e possível reincidência no mercado pela falta de registros sobre os reais antecedentes das pessoas.

“As organizações, quando se deparam com uma fraude, querem se livrar rapidamente do problema. Assim, nem sempre estão dispostas a iniciar um processo judicial contra o infrator. Como consequência, fraudadores e assediadores se movimentam de uma empresa para outra sem que esse histórico seja conhecido e podem reincidir em seus delitos”, alerta o executivo.

Por isso, não basta tratar as situações pontualmente sem identificar e remediar a origem das fragilidades que permitiram o acesso do fraudador. Segundo os entrevistados, em 35% dos casos houve reincidência meses ou anos depois sobre a mesma origem. Dessa forma, o ideal é que uma vez absorvidas as lições e com o plano de remediação executado com sucesso, a reincidência sobre a mesma natureza seja o mais próximo de zero possível.

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