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Novo estudo: osteopatia pode tratar problemas de saúde mental

A agonia física não costuma ser um problema isolado. Contudo, 35% das pessoas que sofrem de dores na região lombar da coluna também foram diagnosticadas com depressão, ansiedade e isolamento social.

Fonte: Dr. Igor Gomes

Um artigo publicado no magazine do iO (institute ofOsteopathy – UK) revela que a osteopatia pode ser benéfica no tratamento de 35% de pacientes que sofrem com dores nas costas e que também reclamam de sintomas relacionados a saúde mental.

No mundo inteiro, milhões de pessoas sofrem de dores crônicas musculoesqueléticas das costas (com duração superior a três meses). O problema é tão significativo que só no Reino Unido estima-se que sejam perdidos 116 milhões de dias de trabalho, um milhão de consultas hospitalares sejam feitas e cinco milhões de visitas ao clínico geral sejam agendadas – apenas para as dores nas costas.

 

A agonia física não costuma ser um problema isolado. Contudo, 35% das pessoas que sofrem de dores na região lombar da coluna também foram diagnosticadas com depressão, ansiedade e isolamento social.

As diretrizes do NICE (Instituto Nacional de Excelência Clínica do Reino Unido )

 

sugerem que as pessoas que sofrem de dores crônicas das costas deveriam contar com a oferta de terapia física como parte de um pacote mais amplo de tratamento, incluindo assistência psicológica. Contudo, temos explorado como um único tipo de tratamento osteopático pode ser usado para lidar tanto com os estados físicos quanto os mentais.

Terapia osteopática manipulativa

A terapia osteopática manipulativa (TOM) é uma abordagem médica livre de drogas que utiliza massagens com base em toques, manipulações de tecidos moles e das articulações, assim como procedimentos de mobilização da coluna, para diagnosticar e tratar estados relacionados à dor. Os profissionais adotam uma avaliação estruturada para identificar os distúrbios relativos ao crânio, à coluna, à pélvis e ao abdômen, assim como aos membros superiores e inferiores, e para direcionar o tratamento.

Já se determinou que a TOM é eficiente para diversos tipos de dores musculoesqueléticas, como a dor crônica do pescoço. Além disso, já se provou que ela é mais eficiente do que as opções padrão de cuidados primários – como exercícios e analgésicos – para melhorar a qualidade de vida das pessoas com dores persistentes na coluna lombar submetidas a tratamento há três e doze meses.

 

Os pesquisadores também já revelaram que a TOM pode reduzir as dores subagudas (entre agudas e crônicas) na coluna lombar. Dessa forma, já se determinou que a mobilização da coluna e a manipulação isolada são eficientes contra as dores na coluna lombar agudas, subagudas e crônicas.

Embora isso seja muito positivo, percebe-se um padrão. A limitada pesquisa sobre a TOM se concentrou principalmente nos problemas físicos, e não nas questões de saúde mental a eles associadas.

Tratamento das questões de saúde mental

Para se informar melhor sobre como a osteopatia poderia afetar a saúde mental, conduzimos recentemente um dos primeiros estudos sobre o impacto psicológico da TOM em nossa academia universitária de saúde e bem-estar – com resultados positivos.

Nos últimos cinco anos, os terapeutas da academia adotaram a TOM para tratar membros do público que sofrem de diversos distúrbios musculoesqueléticos que levavam a dores crônicas. Para descobrir mais sobre os impactos do tratamento sobre a saúde mental, investigamos três pontos no tempo: antes do tratamento com a TOM, após a primeira semana de tratamento e após a segunda semana de tratamento, e perguntamos aos pacientes como se sentiam ao utilizar questionários sobre a saúde mental.

Esses dados mostraram que a TOM é eficiente para reduzir a ansiedade e as perturbações psicológicas, assim como para melhorar os cuidados que pacientes efetuam em si próprios. Contudo, é possível que ela não seja adequada a todos os distúrbios mentais associados às dores crônicas. Por exemplo, descobrimos que a TOM foi menos eficiente contra a depressão e a evitação do medo.

Nem tudo está perdido, contudo. Os nossos resultados também sugerem que os efeitos psicológicos positivos da TOM poderiam ser ainda mais otimizados ao se combiná-la com abordagens terapêuticas como a terapia de aceitação e compromisso (TAC). Algumas pesquisas indicam que problemas psicológicos como a ansiedade e a depressão estão associados à inflexibilidade e levam à evitação de experiências. A TAC tem um efeito positivo sobre a redução da evitação de experiências, podendo, portanto, ser útil para reduzir a evitação do medo e a depressão (que a TOM não reduziu de forma significativa).

Outros pesquisadores também sugeriram que essa abordagem combinada pode ser útil em alguns subgrupos que receberam a TOM em que ocorra aceitação desse tratamento. Para corroborar essa ideia, já ocorreu pelo menos um teste clínico piloto e um estudo de viabilidade que adotou a TAC e a TOM com algum êxito.

Na expectativa de avançar com os nossos resultados positivos, começamos a desenvolver o nosso tratamento de TAC na academia, a ser combinado com a terapia osteopática já oferecida. Embora haverá diferentes opções, a natureza de uma dessas terapias TAC é psicoeducativa. Ela não exige que um terapeuta ativo trabalhe com o paciente e pode ser veiculada através de vídeos de treinamento pela Internet e exercícios de casa, por exemplo.

As perspectivas para o futuro são de que esse tipo de assistência de saúde ampla e barata possa não apenas economizar o dinheiro gasto nos serviços de saúde, caso seja adotado no país inteiro, mas também significaria que os pacientes precisariam receber apenas um tratamento.

Este artigo foi publicado no magazine do iO (institute ofOsteopathy – UK). Devido à relevância de seu conteúdo  decidimos traduzi-lo a fim de compartilhar avanços de pesquisa da  nossa profissão.

Referência: http://cobra.br.com/novo-estudo-osteopatia-pode-tratar-problemas-de-saude-mental/

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