Violento e carismático. A dualidade dessas características são encontradas em Tony Soprano, personagem icônico interpretado pelo ator James Gandolfini, um mafioso ítalo-americano de Nova Jersey. Já se passaram 25 anos desde a estreia da série Família Soprano, e ainda hoje as influências dessa produção revolucionária ainda enaltecem seu legado indubitável.
A série com pilares na máfia ganha contornos bastante peculiares quando Tony Soprano procura ajuda de uma psicólooga após sofrer um ataque de pânico. Nasce, então, o anti-herói, que inspirou tantos outros personagens de séries famosas, como Breaking Bad, Dexter, Fleabag e Succession.
Com tantos elementos cômicos, trágicos, dramáticos e violento, uma família de mafiosos mudou a maneira de fazer TV, e até os dias atuais é referenciada como uma das melhores séries de todos os tempos.
Família Soprano foi crucial para transformar a narrativa das séries televisivas. Por muito tempo, as produções para televisão se concentravam em personagens fixos e histórias isoladas, sem uma continuidade clara entre os episódios seguintes.
Embora Sopranos não tenha sido a pioneira do drama serializado norte-americano (esse título pertence a Hill Street Blues, conhecida como Chumbo Grosso no Brasil), ela o popularizou. Além da linguagem cinematográfica mencionada a série optou por uma narrativa que se desenrolava semanalmente ao longo de uma temporada inteira, ou às vezes até em mais de uma.
Esse modelo foi rapidamente adotado por séries de diversos gêneros e emissoras, pois, com a aclamação e os altos índices de audiência de Família Soprano, ficou comprovado que o público americano era capaz de assimilar – e apreciar – uma narrativa serializada.
Sim, apesar de Família Soprano ser claramente uma série dramática, ao mesmo tempo ela conseguia ser tão engraçada quanto uma boa sitcom – parte disso graças a figuras como Paulie Gualtieri (Tony Sirico), Christopher Moltisanti (Michael Imperioli), Silvio Dante (Steven Van Zandt) e Janice Soprano (Aida Turturro).
Família Soprano também era recheada de piadas hilárias e sequências absurdas, uma marca característica da série que nunca foi abandonada, nem mesmo em seus momentos finais – período em que geralmente boa parte das produções decide se manter a um só tom para segurar a tensão até o desfecho.
Para quem duvida disso, segue aqui um desafio: tente assistir ao episódio “Pine Barrens”, o décimo primeiro da terceira temporada, de modo isolado – algo realizável sem cair em um mar de spoilers. Acreditem, é possível acompanhar os acontecimentos e ter a sensação de estar assistindo a um filme dirigido pelos Irmãos Coen.
Família Soprano pode ser conferida no catálogo do canal de streaming MAX