Um homem foi internado após sofrer uma parada cardíaca, que os médicos acreditam ter sido causada pelo consumo excessivo de bebidas energéticas. Segundo sua esposa, Meagan Shreve, o marido bebia até três latas dessas bebidas todos os dias. O incidente ocorreu em janeiro deste ano, quando o homem acordou no meio da noite reclamando de uma sensação de coração acelerado e dormência nas mãos e pernas. Shreve imediatamente chamou a emergência, e seu marido foi levado ao hospital.
Após exames e monitoramento cardíaco por seis semanas, os médicos concluíram que a parada cardíaca foi provocada pela “desidratação” e pelo consumo exagerado de bebidas energéticas. Apesar do susto, o homem se recuperou e voltou para casa após receber alta.
Estudos relacionam bebidas energéticas a problemas cardíacos
Embora o homem aparentemente estivesse saudável, os médicos associaram o evento à ingestão excessiva de bebidas energéticas. Pesquisas anteriores já estabeleceram uma ligação entre essas bebidas e problemas cardíacos, como arritmias e até paradas cardíacas. Um estudo da Clínica Mayo, nos EUA, analisou casos de 144 pacientes que sobreviveram a paradas cardíacas, e descobriu que sete deles consumiram energéticos pouco antes do evento. Desses, seis precisaram de tratamento por choque elétrico e um foi ressuscitado manualmente.
Bebidas energéticas: um risco para a saúde cardiovascular e comportamental
Uma ampla revisão de estudos, publicada na revista Public Health Journal, reforça os riscos associados ao consumo de bebidas energéticas, especialmente entre jovens. Os ensaios clínicos demonstraram que a ingestão dessas bebidas pode causar arritmias, aumento da rigidez arterial e elevação significativa da pressão arterial, tanto sistólica quanto diastólica.
Os pesquisadores analisaram dados de mais de 1,2 milhão de jovens entre 9 e 21 anos e destacaram que o consumo dessas bebidas, amplamente promovidas como impulsionadoras de energia e desempenho, pode trazer mais malefícios do que benefícios. Amelia Lake, professora de Nutrição em Saúde Pública da Universidade de Teesside, afirmou que as descobertas mostram o impacto negativo dessas bebidas sobre a saúde cardiovascular.
Além dos riscos físicos, o estudo revelou uma correlação entre o consumo de energéticos e comportamentos nocivos, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, violência, direção perigosa e bullying. Essas descobertas destacam a necessidade de maior conscientização sobre os perigos das bebidas energéticas, especialmente entre crianças e jovens.