Um dos grandes dilemas da humanidade é educar e orientar as crianças. A pedagogia, apoiada na psicologia, tenta entender esses comportamentos. No livro A Menopausa do Homem, de Jed Diamond, o autor aborda o conceito do “menino monstro”, destacando como a falta de orientação dos mais velhos pode gerar jovens e crianças violentas. Recentemente, as mídias noticiaram o caso de um menino de 9 anos que matou 23 animais, chocando a sociedade. Isso levanta a questão: o que está acontecendo com a formação humana atual?
Durante meu estágio no curso de Psicologia, na FUNAC (Fundação da Criança e do Adolescente), minha primeira tarefa foi ler os arquivos dos jovens infratores apreendidos. Ali, encontrei “crianças em desenvolvimento”, verdadeiros marmajões assassinos, latrocidas e integrantes de facções, todos protegidos pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Muitos desses jovens mataram com crueldade pais de família, meninas e idosos, demonstrando uma violência incompreensível. O que explica essa transformação em monstros juvenis?
Nos Estados Unidos, cerca de 1.500 crianças matam outras crianças a cada ano, segundo dados do FBI. No Brasil, os números também são alarmantes, com uma média de 800 casos anuais de crianças envolvidas em homicídios. Esses dados mostram que, além da violência familiar e social, o ambiente está cada vez mais hostil para as crianças, que absorvem o pior da sociedade e, muitas vezes, replicam esses comportamentos violentos.
No Brasil, menores de 18 anos podem cometer crimes violentos e, ainda assim, serem submetidos a penas leves, com no máximo três anos de internação. Isso causa medo e insegurança em uma população refém de leis brandas e ineficazes. Mas, mais do que discutir as falhas do sistema, meu objetivo aqui é abordar como podemos prevenir essa tragédia.
Em meu trabalho com a Penumbro Terapia Holística Epigenética, estou desenvolvendo terapias voltadas para crianças em idade escolar, usando a natureza e o convívio social saudável como pilares. A ideia é promover experiências que reequilibrem o emocional das crianças, fortalecendo sua ligação com o ambiente e com práticas que favoreçam o desenvolvimento saudável, prevenindo a formação de traços violentos e psicopáticos.
Se queremos evitar que mais crianças se transformem em “meninos monstros”, precisamos voltar às raízes, oferecendo orientação adequada, laços familiares mais fortes e atividades terapêuticas que moldem sua personalidade para um futuro mais equilibrado e pacífico.