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Segmento das cervejarias artesanais se consolida no Brasil

O estado de São Paulo concentra a maioria das cervejarias (410), seguido de Rio Grande do Sul (335), Minas Gerais (235) e Santa Catarina (225)

Fonte: Com informações do Valor Econômico

Apesar de o nome sugerir uma trajetória mágica, o sucesso da Hocus Pocus no mercado de cervejas artesanais envolveu muitos desafios. Fundada há uma década por Pedro Butelli, 38, e Vinicius Kfuri, 37, a empresa carioca precisou superar diversas dificuldades até encontrar seu caminho no setor. “Poderia falar durante horas sobre as coisas que deram errado”, afirma Butelli, que ocupa os cargos de diretor criativo e chief marketing officer (CMO).

Os dois fundadores se conheceram em um curso para amadores interessados em produzir cerveja e, como muitos brasileiros na época, decidiram transformar o hobby em um negócio. Diferente de outros que seguiram o mesmo caminho, a Hocus Pocus deu certo. Desde 2018, a fábrica da marca em Três Rios, interior do Rio de Janeiro, produz cerca de 90 mil litros por mês, com capacidade para chegar a 130 mil litros.

Expansão e estratégia de vendas

A marca vende suas cervejas em três bares próprios — dois no Rio de Janeiro e um em São Paulo — e em 600 pontos de venda, divididos entre canais on-trade e off-trade. As bebidas da Hocus Pocus variam de R$ 10 a R$ 139, incluindo seis cervejas pasteurizadas e lançamentos mensais de latas não pasteurizadas. A cerveja mais vendida é a Orange Sunshine, uma American Blonde Ale com laranja.

Em 2023, a previsão de faturamento da empresa é de R$ 25 milhões, um salto em relação aos R$ 15 milhões do ano anterior. A expansão da capacidade produtiva e o uso do aplicativo Bees, da AB InBev, têm sido peças-chave para esse crescimento. Em 2021, a Hocus Pocus entrou para o programa de inovação e aceleração da Ambev, o que resultou em um aporte financeiro e uma possível futura sociedade minoritária da gigante no negócio.

Cervejas artesanais em ascensão no Brasil

O mercado de cervejas artesanais no Brasil vem crescendo de forma consistente. Em 2014, havia apenas 257 cervejarias registradas no país; hoje, são 1.847, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). No entanto, as cervejas artesanais ainda representam apenas 2,6% do mercado cervejeiro nacional, com uma produção de 540 milhões de litros em 2022. Em comparação, grandes marcas como Skol e outras produziram mais de 14 bilhões de litros no mesmo período.

Nos Estados Unidos, as artesanais têm uma fatia maior, correspondendo a 13,3% do mercado e 24,7% do faturamento total do setor. Esse crescimento chamou a atenção de grandes cervejarias, como a AB InBev, que adquiriu várias marcas artesanais nos EUA e no Brasil, incluindo a mineira Wäls e a paulista Colorado.

Perspectivas e desafios

Embora ainda sejam um nicho no Brasil, as cervejas artesanais têm potencial de crescimento, especialmente à medida que mais consumidores buscam produtos diferenciados. Gilberto Tarantino, presidente da Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva), acredita que o segmento tem uma grande avenida de crescimento pela frente. Tarantino é cofundador da Cervejaria Tarantino, que produz de 20 mil a 30 mil litros de cerveja não pasteurizada por mês e já conta com 200 pontos de venda.

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