A obesidade é reconhecida como um problema de saúde pública pelo Ministério da Saúde e faz parte do grupo de ações nacionais para a prevenção de diversas doenças crônicas relacionadas a este quadro. Conforme dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas em Inquérito Telefônico (VIGITEL), do Governo Federal, publicado em 2003, uma a cada quatro pessoas dos 27 estados brasileiros são obesos. Hipertensão, diabetes tipo 2, câncer, problemas cardíacos e circulatórios estão entre as várias consequências do acúmulo de gordura no corpo.
Para compreender como é mensurada a obesidade, a médica endocrinologista Luciana Tupy Tavares Furlan explica que um dos indicadores é o Índice de Massa Corporal (IMC) que é o padrão internacional para calcular a obesidade e o grau de sobrepeso.
A classificação funciona da seguinte forma:
IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m²: peso adequado.
Acima disso temos os quadros de obesidade grau I, II e III.
É importante evitar que o sobrepeso evolua para níveis mais altos e aumente o risco do surgimento de outras doenças crônicas. Existe também a relação cintura-quadril (RCQ), que indica o alto risco para doenças cardiovasculares.
Para avaliar a proporção de massa magra e massa gordurosa, existe o exame de Densitometria Óssea de Corpo Inteiro com Composição Corporal, considerado o padrão-ouro para avaliar a distribuição de massa de gordura e músculos numa determinada pessoa assim como o exame de bioimpedância”, explica a Dra. Luciana.
Impactos na circulação e nas pernas
O excesso de peso pode causar impacto direto na circulação sanguínea e linfática. A obesidade é uma doença inflamatória e pode descompensar outras condições como o lipedema, doenças articulares, dores crônicas entre outras.
“As pessoas com índice de massa corpórea acima de 35 Kg/m², tem maior chance de sobrecarga das veias e vasos linfáticos nas pernas, responsáveis pelo retorno do sangue para o coração e de líquidos ricos em proteínas para a circulação sanguínea, respectivamente. A dificuldade de circulação de sangue e linfa pode levar a inchaços, varizes e linfedema nos membros inferiores, causando sensação de peso e aumento do volume nas pernas, condições que ao longo do tempo não melhoram mesmo com repouso”, explica a médica e cirurgiã vascular, Luisa Ciucci Biagioni.
Já o lipedema é uma doença fibrótica do tecido conjuntivo frouxo (tecido adiposo e matriz extracelular, composta por colágeno e elastina), que afeta predominantemente mulheres e se manifesta em períodos de mudança hormonal após a primeira menstruação, gestação ou menopausa.
“A doença pode ou não estar associada à obesidade, varizes, hipermobilidade articular e ao linfedema. No entanto, o sobrepeso pode exacerbar um quadro de lipedema já instalado, pois é uma condição inflamatória”, detalha a Dra. Luisa.
A médica também alerta que a obesidade aumenta o risco de trombose venosa profunda, caracterizada pela formação de coágulos nas veias profundas que podem migrar para o pulmão e gerar o quadro de tromboembolismo pulmonar (TEP). “É preciso ficar atento a inchaços repentinos com dor principalmente nos membros inferiores e buscar o acompanhamento médico adequado”, comenta.
Tratamento
Pessoas obesas que apresentam problemas de circulação precisam de uma abordagem multiprofissional para avaliar as diversas condições crônicas associadas à doença. “É sempre fundamental contar com um programa de suporte global à saúde com adequação da dieta, atividade física supervisionada, tratamento com fisioterapeutas e psicólogos além de especialistas médicos como endocrinologistas, nutrólogos e clínicos. Todos fundamentais para a melhora da qualidade de vida do paciente”, detalha, Dra. Luisa.
A médica enfatiza que a avaliação do cirurgião vascular é fundamental nos casos de edema persistente, varizes, linfedema ou sintomas como dificuldade ou dor durante as caminhadas. Os pacientes diabéticos e/ou tabagistas também devem ser avaliados pelo risco de complicações vasculares. Após a avaliação inicial, como parte do tratamento clínico, meias de compressão podem ser prescritas para melhorar os sintomas e prevenir complicações.
As meias de compressão graduada funcionam como uma espécie de bomba que atua contra a força da gravidade e auxilia o retorno venoso e a reabsorção de líquidos pelos vasos linfáticos. É importante que elas possuam o nível de compressão correta, visando o melhor efeito terapêutico nos pacientes.
“As meias trazem conforto e reforço no processo de tratamento dos inchaços, nos quadros de varizes e após tromboses venosas. Antes do uso, é importante a avaliação médica para a escolha da compressão correta e, também, da qualidade do produto. A SIGVARIS GROUP dispõe de uma ampla variedade de meias com tecnologia que elimina alguns desconfortos comumente relatados, como o calor, a qualidade do elástico e a textura do tecido, melhorando o bem-estar dos usuários”, finaliza.