A rápida e crescente adoção da inteligência artificial vêm levantando uma série de questões em empresas de todo o mundo. Embora a tecnologia já tenha mostrado seu potencial e provado seu valor, ainda existem muitas dúvidas sobre os impactos que a IA pode ter sobre os negócios, especialmente quando o assunto é a segurança cibernética.
Se por um lado a inteligência artificial generativa pode contribuir com cerca de US$ 4,4 trilhões anualmente para a economia global, de acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, por outro pode ampliar a superfície de ataque de uma organização, levando a perdas significativas. Segundo a Cybersecurity Ventures, os ataques hackers devem causar um impacto de US$ 10,5 trilhões até 2025.
A preocupação com a insegurança digital é tanta que um relatório divulgado pelo próprio Fórum Econômico Mundial em janeiro deste ano, colocou o tema entre os principais riscos da atualidade, atrás de desinformação e fake news, dos eventos climáticos extremos e da polarização política. Para as lideranças ouvidas, novas ferramentas e capacidades tecnológicas, como as proporcionadas pela inteligência artificial, devem facilitar o caminho para os crimes cibernéticos ao longo desta década.
“Assim como toda nova tecnologia em ascensão, a IA pode sim trazer riscos às organizações se não houver um cuidado em sua implementação, pois estamos lidando com dados, muitos dos quais são críticos para as empresas. Porém, uma estratégia bem pensada de inteligência artificial pode não só evitar vulnerabilidades como se tornar uma ferramenta de alta eficiência para combater possíveis ataques”, explica Thiago Araki, diretor sênior de tecnologia para a América Latina na Red Hat.
Infraestrutura de inteligência artificial
Levantamento realizado pela Insight e pela Foundry apontou que o interesse em usar IA para detectar e proteger contra ataques cibernéticos vêm em uma crescente. Para 77% dos executivos entrevistados, essa tem sido a prioridade do uso da inteligência artificial em suas organizações. A fim de extrair todo o potencial de valor e seus benefícios, sem abrir flancos para a atuação de cibercriminosos, as empresas estão apostando na integração, implementando conjuntos apropriados de controles de segurança cibernética.
“O primeiro passo é ter em mente que a adoção da IA requer etapas. Estamos falando de uma maratona, não de uma breve corrida de 100 metros”, destaca Weslley Rosalem, Principal AI Leader para a América Latina na Red Hat. “É fato que as tecnologias de IA podem sim ampliar a superfície de ataque de uma organização, mas quando se prioriza a proteção ao invés da detecção, com ações preventivas, brechas ficam muito mais claras e de fácil controle”, conclui.
De acordo com o especialista, a preocupação primária das empresas deve estar centrada na segurança da infraestrutura. “Uma plataforma de IA permite fluxos de trabalho eficazes para acesso a dados, implantação de algoritmos de aprendizado de máquina e gerenciamento de recursos do hardware. Ela combina as tecnologias de inteligência artificial e Machine Learning (AI/ML) para desenvolver e implantar soluções de dados confiáveis e escaláveis, mantendo o foco na segurança”, ressalta.
Código aberto para a IA
Uma plataforma de IA sólida e com componentes estabelecidos contribui para a inovação, a eficiência e, consequentemente, para um ambiente mais seguro. Mas como construir uma infraestrutura capaz de levar as empresas a um próximo nível da adoção da IA sem abrir brechas de vulnerabilidade? A resposta está no open source, que hoje já é um dos principais impulsionadores da inteligência artificial. “Há décadas o código aberto vem pautando a inovação e, ao combinar a experiência das comunidades de desenvolvedores de todo o mundo com o poder dos algoritmos da IA, encontramos algo com extremo potencial de inovação segura”, afirma Boris Kuszka, Diretor de Arquitetos para a Red Hat América Latina.
Soluções open source, baseadas na nuvem híbrida aberta, permitem às organizações executar suas aplicações e sistemas de IA onde estão os dados, seja nas nuvens públicas e privadas até na Edge, garantindo uma maior segurança. “Um exemplo é o Red Hat OpenShift AI, que fornece um ambiente flexível para cientistas de dados, engenheiros e desenvolvedores criarem, implantarem e integrarem projetos de maneira mais rápida e eficiente, com segurança nativa e integração com o operador de ciclo de vida”, diz.
“No mundo da segurança cibernética, a IA está auxiliando em uma série de processos, sendo usada para prever ameaças e identificar vulnerabilidades. Mas ainda estamos muito no início da implementação dessa tecnologia e essa é a hora para corrigir rotas. As empresas que prestarem atenção a esses detalhes agora, certamente serão aquelas com negócios mais consistentes, saudáveis e sem risco no futuro”, finaliza Thiago Araki, diretor sênior de tecnologia para a América Latina, da Red Hat.