72 ampolas de um medicamento chamado Mounjaro, conhecida como a “Ozempic dos ricos”, foi apreendida nessa quarta-feira, 23, no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre, na Zona Sul da cidade. O remédio estava com um passageiro que vinha de Lisboa, em Portugal.
Avaliada em cerca de R$ 150 mil, a medicação foi retida por causa da grande quantidade, o que descaracteriza o uso pessoal e indica a intenção de revenda não autorizada, de acordo com a Receita Federal.
O chefe da inspetoria da Receita Federal no Aeroporto do Recife, Jomar Marinho Rocha, afirmou que os agentes suspeitaram do grande volume de medicamento quando o passageiro passou a mala pelo equipamento de raio-X.
“Quando abriram as malas, essa suspeita foi verificada. Essa quantidade, a gente presume que pode ter uma destinação comercial, e não ter a prescrição médica, então a gente retém. No caso de medicação, uma quantidade dessa não indicaria uso pessoal”, contou o chefe da inspetoria.
Ainda segundo Jomar Rocha, remédios como o Moujaro, que são autorizados, mas ainda não são vendidos no Brasil, podem entrar no país, desde que o passageiro apresente uma prescrição médica e a quantidade seja compatível com a documentação.
Mounjaro, nome comercial da tirzepatida, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em setembro de 2023, para o tratamento de diabetes tipo 2, mas ainda não é comercializado no Brasil. Estudos em andamentos avaliam o medicamento como uma possível terapia contra obesidade, apneia do sono, esteatose hepática, doença renal crônica e insuficiência cardíaca.
A tirzepatida controla a glicose no sangue e proporciona uma sensação de saciedade, simulando o funcionamento de hormônios no corpo. Nos estudos que serviram de base para a aprovação da Anvisa, o Mounjaro apresentou resultados superiores de controle da glicemia (o açúcar no sangue) e redução de peso quando comparado ao Ozempic.