Com a elevação das taxas de juros no mercado, a procura por crédito em linhas subsidiadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltadas para projetos de inovação e proteção ambiental pode aumentar significativamente. Segundo José Luis Pinho Leite Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, essas linhas contam com condições mais atrativas, com juros abaixo da média do mercado, o que as torna uma alternativa interessante para empresas que buscam financiamento em tempos de Selic elevada.
Apesar das críticas em anos anteriores sobre a eficácia do subsídio à inovação, o atual programa do BNDES se diferencia por limitar o volume de subsídios em relação ao passado. Segundo Gordon, o apoio à indústria brasileira está em expansão, com as aprovações de crédito para o setor crescendo 108% entre janeiro e setembro de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023, totalizando R$ 37 bilhões.
Esse aumento nas aprovações, destacou Gordon, ocorreu antes mesmo da alta recente da Selic em setembro. O processo de aprovação de crédito no BNDES envolve várias etapas: inicia-se com o pedido de consulta, seguido pelo enquadramento, onde o banco avalia se o projeto atende aos requisitos. A aprovação representa a etapa final antes do desembolso dos recursos.
Alternativas de Crédito com Taxas Acessíveis
Gordon mencionou que o BNDES oferece opções de taxas de juros competitivas, mesmo em um ambiente de juros altos. Entre elas, a linha de inovação do banco utiliza uma combinação da Taxa Referencial (TR) e da Taxa de Longo Prazo (TLP), resultando em uma média de juros mais baixa para os tomadores. Outro exemplo é o Fundo Clima, que também adota uma taxa incentivada e combina recursos com a TLP para oferecer uma opção mais econômica para empresas que buscam financiamento em projetos sustentáveis.
Em setembro, o BNDES atingiu um recorde de R$ 9 bilhões em aprovações de empréstimos para inovação, reforçando seu compromisso com o setor. O Fundo Clima, por sua vez, teve sua dotação aumentada em resposta à crescente demanda. Em abril, o BNDES e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciaram a transferência de R$ 10,4 bilhões ao Fundo, um salto expressivo em relação ao orçamento anterior de R$ 2,9 bilhões até 2023.