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Venda de carros elétricos cresce no Brasil

Apesar das dificuldades, o mercado de híbridos deve crescer mais rapidamente que o de elétricos, especialmente no Brasil

Fonte: Da redação

As vendas de carros elétricos enfrentam dificuldades em mercados globais devido a questões como falta de infraestrutura de recarga, preços elevados e fim de subsídios. Dos dez maiores mercados de veículos elétricos, apenas o Brasil registra crescimento expressivo, com uma alta de 492,8% nas vendas de automóveis totalmente a bateria até setembro deste ano.

Essa expansão brasileira é impulsionada pela chegada de montadoras chinesas que oferecem preços competitivos, o que tem atraído consumidores, especialmente para modelos mais acessíveis. Contudo, em termos absolutos, o número de veículos elétricos vendidos no país ainda é modesto — 45,7 mil unidades, ou 3,2% do total de automóveis vendidos. Em comparação, o Reino Unido comercializou 269,9 mil carros a bateria, enquanto a China liderou com 4,2 milhões de unidades.

Enquanto a demanda por veículos elétricos recua em muitos países, a procura por modelos híbridos e híbridos plug-in mostra um crescimento consistente. Esse cenário alimenta previsões de que a transição energética para frotas totalmente elétricas será mais lenta do que se esperava, com alguns países revisando prazos e adotando um mix maior de híbridos. O Brasil já apostava na hibridização com a tecnologia flex, que permite o uso de etanol ou gasolina.

Fatores para a desaceleração dos elétricos e crescimento dos híbridos

Nos Estados Unidos e Europa, o fim de subsídios governamentais impactou negativamente as vendas de elétricos. Os incentivos de € 7 mil na Europa e US$ 7,5 mil nos EUA ajudavam a reduzir a diferença de preços entre carros elétricos e a combustão, e a retirada dessas políticas desencadeou uma queda nas vendas. “Os subsídios praticamente eliminavam a diferença de custo”, afirma Márcio Lima Leite, presidente da Anfavea.

No Brasil, o mercado de veículos eletrificados deve crescer com o lançamento de híbridos flex de fabricação nacional. A Fiat iniciou a produção do seu primeiro modelo híbrido em Betim (MG), com vendas programadas para novembro. Toyota e Caoa Chery são, atualmente, as únicas montadoras que produzem híbridos no país.

Evolução das vendas e projeções para o futuro

Segundo dados da PwC, as vendas de híbridos no Brasil cresceram 29% até setembro, alcançando 38,6 mil unidades, enquanto os modelos híbridos plug-in registraram um crescimento de 93%, com 38,2 mil unidades vendidas. Ricardo Bastos, presidente da ABVE, acredita que os híbridos plug-in terão uma aceitação ainda maior, pois oferecem a flexibilidade de alternar entre eletricidade e combustão conforme a disponibilidade de pontos de recarga.

Na Europa, a alta nos custos de energia também desincentivou as vendas de veículos elétricos, especialmente na Alemanha, onde o preço da eletricidade já rivaliza com o da gasolina. Essa mudança diminui o incentivo financeiro para a compra de elétricos e torna a decisão de compra mais ligada à consciência ambiental.

Visão do mercado global e perspectivas

A venda global de veículos eletrificados (incluindo híbridos e elétricos) continua a crescer, com um aumento de 21,9% e 17,2 milhões de unidades até setembro, representando 35% das vendas globais de veículos. Em contrapartida, as vendas de veículos a combustão caíram quase 10%, totalizando 30 milhões de unidades. A China lidera esse movimento, responsável por cerca de 40% das vendas de modelos eletrificados no mundo.

Apesar das dificuldades, o mercado de híbridos deve crescer mais rapidamente que o de elétricos, especialmente no Brasil, onde novas opções de modelos híbridos estão por vir. Nos próximos anos, os híbridos convencionais que utilizam gasolina ganharão espaço globalmente, enquanto surgem alternativas de combustíveis verdes para complementar a transição energética.

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