Nove pessoas foram presas em Imperatriz, na manhã desta quarta-feira (13), durante a Operação Blackout, deflagrada pela Polícia Civil do Maranhão. A ação visa desarticular um grupo que estaria envolvido em um esquema de fraude financeira contra a concessionária que fornece energia elétrica para os maranhenses. Detalhes da operação e de como os suspeitos atuavam foram apresentados em entrevista coletiva na sede da Delegacia Regional.
Durante a operação, os policiais apreenderam vários dispositivos eletrônicos, entre celulares e computadores, que seriam os principais meios utilizados para o cometimento dos crimes e onde podem ser encontradas mais provas, inclusive da participação de outros envolvidos.
A operação foi motivada depois que as vítimas passaram a procurar a delegacia para registrar o golpe que haviam sofrido. A própria concessionária de energia também registrou uma ocorrência e fez um requerimento de apuração à polícia.
“Logo que tomamos conhecimento da prática, a partir dos registros de ocorrência e do requerimento da concessionária, passamos a investigar e chegamos a vários suspeitos. O objetivo da Secretaria da Segurança Pública e da Polícia Civil é apresentar todos os indivíduos que compõem essa rede criminosa à justiça o mais breve possível, para que eles sejam responsabilizados no rigor da lei”, assinalou o delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida Neto.
A investigação que levou a essa operação tem cerca de oito meses. “Durante esse período, dezenas de pessoas foram vítimas dessa rede criminosa. A mais recente delas registrou ocorrência na semana passada. A maioria só percebia que tinha caído em um golpe quando eram notificadas do corte no fornecimento”, destacou o delegado Guilherme Campelo, chefe do Departamento de Combate a Crimes Tecnológicos (DCCT/Seic).
A operação é mais uma ação da Secretaria de Estado da Segurança Pública e tem por objetivo dar cumprimento a 14 mandados judiciais de prisão e de busca e apreensão, além de bloqueio e sequestro de bens e ativos. Os policiais, que saíram às ruas logo no início da manhã, seguirão em diligências durante esta quarta, 13.
“São alvos dessa operação tanto pessoas que articulavam a prática desse crime quanto quem cedia suas contas bancárias para colaborar com o esquema, recebendo o dinheiro que as pessoas acreditavam estar pagando para a concessionária”, pontuou o chefe do DCCT.
De acordo com as investigações, os suspeitos criavam sites falsos para tomar o dinheiro das vítimas. Essas páginas tinham praticamente o mesmo formato que o do site real da concessionária e eram patrocinadas para ranquear nas buscas na internet, levando as vítimas a acreditarem que estavam emitindo boletos reais e pagando os valores para a empresa, quando, na verdade, estavam realizando transferência para os fraudadores.
O delegado Guilherme Campelo disse, ainda, que muitas pessoas tiveram prejuízos para além do dinheiro que pagaram aos criminosos sem saber. “Muitas pessoas foram prejudicadas com a fraude, inclusive com risco de morte, uma vez que em alguns casos elas dependiam da energia elétrica para funcionamento de equipamentos médicos e para conservar medicamentos que precisavam ficar refrigerados em suas residências”.
Todos os nove presos inicialmente foram levados para a Delegacia Regional de Imperatriz. Eles passarão pelos procedimentos de praxe e, em seguida, serão encaminhados a uma unidade prisional, onde permanecerão à disposição da justiça. Os eletrônicos apreendidos serão periciados visando a coleta de mais provas.