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Mulher engana Exército por 33 anos e terá de devolver R$ 3.7 milhões

Acusada alegou que marido era um suposto ex-combatente da Segunda Guerra Mundial.

Fonte: Com informações do g1 MS
Ana Lucia Umbelina Galache é sobrinha-neta do ex-militar falecido em 1988 (Foto: Reprodução/Redes sociais)

A Justiça Militar negou o recurso apresentado por uma mulher que enganou o Exército por 33 anos, recebendo indevidamente pensão como se fosse viúva de um militar, suposto ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. Ela terá de devolver R$ 3.7 milhões ao governo federal.

A Defensoria Pública da União (DPU), responsável pela defesa de Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza, pediu a absolvição da ré sob a justificativa da “ausência de intenção”, visto que o registro como filha do militar foi feito quando ela era menor de idade.

A fraude foi descoberta após uma investigação realizada pelo Ministério Público Militar, que revelou que o marido da mulher nunca havia servido ao Exército. A investigação mostrou que a mulher apresentou documentos falsificados para obter a pensão.

Segundo a ação penal militar, o crime teve início em 1988, quando Ana Lucia Umbelina Galache de Souza fraudou documentação e apresentou um segundo nome: Ana Lucia Zarate, para assim, obter o benefício em nome de Vicente Zarate, seu tio-avô, ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Ele morreu em outubro de 1988, e a fraude na pensão teria ocorrido a partir de novembro de 1988 até 2022.

A fraude começou quando ela, ainda menor de idade, conseguiu, em 25 de setembro de 1986, ser registrada em um cartório de Campo Grande, como sendo filha de Vicente Zarate e Natila Ruiz. Com a nova documentação, ela obteve também outra Carteira de Identidade, e outro Cadastro de Pessoa Física (CPF), nestes constando o sobrenome Zarate.

Com os novos documentos, Ana Lucia requereu habilitação como pensionista de Vicente Zarate na Seção do Serviço de Inativos e Pensionistas (SSIP 9) do Exército brasileiro. O pedido foi deferido, e a mulher passou a receber, ainda em 1988, pensão integral como filha de Segundo Sargento e seguiu até 2022 quando foi denunciada. O prejuízo causado totalizou R$3,7 milhões.

A sentença foi proferida pela 1ª Auditoria Militar de Campo Grande e confirmada pela Instância Superior. A mulher terá de restituir os valores recebidos entre 1991 e 2024, corrigidos por inflação.

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