O Maranhão possui 4 cidades entre 14 onde não ter banheiro em casa é a regra. Apesar de os dados de saneamento terem melhorado no país nos últimos anos, há ainda municípios brasileiros em que mais da metade dos domicílios não possui banheiro.
O cenário nessas localidades contrasta com o dado geral do país, que mostra que 97,8% da população brasileira (197,5 milhões de pessoas) vivia em casa com pelo menos um banheiro (cômodo com vaso sanitário e instalações para banho) de uso exclusivo – no Censo de 2010 92,3% da população morava em domicílios com, no mínimo, um banheiro de uso exclusivo.
A pior situação está em Melgaço, município paraense de 27,9 mil habitantes. Ali, 62,4% das residências não possuiam banheiro. Em 2010 (dado mais recente), a cidade aparecia com o menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do país.
Pouco mais da metade dos domicílios sem banheiro tinha um só dormitório, mas esse cenário também era visto até mesmo em casas com quatro dormitórios ou mais – 2,4% dos locais sem banheiros eram desse padrão.
A mortalidade infantil na cidade era em 2022 de 22,68 óbitos para cada mil nascidos vivos, ante uma média de 14,69 mortes para cada mil nascidos vivos no Estado do Pará. O município tem um PIB per capita que é cerca de um quarto da média do Pará: R$ 7.711 ante média estadual de R$ 29.953.
A segunda colocada no ranking tem um perfil parecido. Uiramutã, em Roraima, tem o quinto menor IDHM do país. Na cidade de 13,8 mil habitantes, 61,1% dos moradores não tinham banheiro, de acordo com o Censo do IBGE de 2022.
O PIB per capita de Uiramutã é quase o dobro do de Melgaço (R$ 13.069), mas a mortalidade infantil é ainda pior, de 25,29 óbitos por mil nascidos vivos.
Somente uma das outras 12 cidades em que pelo menos metade das residências não tinha banheiro contava com uma população superior a 30 mil habitantes: Bagre, no Pará. A cidade registra 31,9 mil moradores e em 58,4% das residências não havia banheiro.
Entre as capitais, a pior situação é a de Rio Branco (Acre), com 4,2% dos domicílios sem nenhum banheiro.
No outro lado da moeda, havia oito municípios no país em que pelo menos 20% das residências contavam com três banheiros ou mais. É o cenário, por exemplo, de Águas de São Pedro, cidade de 2.780 pessoas no Estado de São Paulo e que tem o segundo maior IDHM do país – só atrás da também paulista São Caetano do Sul. Na cidade turística, 29,8% dos domicílios possuem ao menos três banheiros.
Em segundo lugar no ranking está Santana de Parnaíba (São Paulo), com 26,94% das residências com pelo menos três banheiros, seguida pela mineira Nova Lima, com 24%. Em Brasília, o mesmo acontece em 17,68% dos domicílios.