A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou na manhã desta quinta-feira, 19, a Operação Dolo Malo, com o objetivo de reprimir crimes relacionados a uma licitação realizada pelo município de Timon, no Maranhão. A investigação apura um contrato no valor de R$ 9.182.130,66, oriundos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Ao todo, 15 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de Teresina, no Piauí, e Timon, no Maranhão. A ação é coordenada pela Delegacia de Polícia Federal em Caxias, Maranhão, e identificou um grupo criminoso que manipulou o processo licitatório para favorecer uma empresa específica. Após a assinatura do contrato, que tinha como objetivo a construção de obras de saneamento básico em Timon, valores foram pagos como propina a servidores municipais por meio de depósitos em contas de empresas de fachada e familiares dos envolvidos.
O grupo, composto por empresários, servidores e parentes dos investigados, movimentou aproximadamente R$ 12 milhões de forma suspeita entre abril de 2022 e agosto de 2024. Esses recursos foram transferidos entre pessoas físicas e jurídicas, tendo como destinatários finais ocupantes de cargos de gestão na prefeitura de Timon.
A operação conta com a participação de 40 policiais federais dos estados do Piauí e Maranhão, além de servidores da CGU. Estão sendo investigados crimes de associação criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva, e frustração do caráter competitivo da licitação, cujas penas máximas somadas podem chegar a 47 anos de reclusão. Durante a operação, foram apreendidos sete veículos e R$ 93.700 em espécie.
O nome da operação, Dolo Malo, faz referência ao termo em latim que significa “má intenção” ou “malandragem”, indicando que os investigados realizaram a licitação já com a intenção de fraudar o processo e obter ganhos ilícitos em detrimento do erário.
A Polícia Federal e a CGU seguem apurando os detalhes do esquema e a participação dos envolvidos.