O governo federal contratou, por R$ 172 milhões, o consórcio Penedo – Neópolis para reconstruir a ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que ligava os estados do Tocantins e Maranhão. O contrato foi firmado em caráter emergencial, sem licitação, conforme publicado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Diário Oficial da União nesta terça-feira (31). O consórcio, formado pelas empresas A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitada, tem até 22 de dezembro de 2025 para concluir a obra.
A ponte, que passava sobre o rio Tocantins entre Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), desabou no último dia 22, deixando 11 mortos e seis pessoas desaparecidas, de acordo com os números mais recentes da Marinha. Até o momento, nove corpos foram resgatados e dois localizados. O desabamento trouxe sérias consequências para a região, afetando a logística local e causando transtornos para moradores e transportadores.
As buscas pelas vítimas enfrentam dificuldades crescentes. Além da baixa visibilidade no fundo do rio, a vazão da Usina Hidrelétrica de Estreito foi aumentada pelo Consórcio Estreito Energia (CESTE) devido às chuvas, restringindo as operações de mergulho e uso de drones subaquáticos entre 9h e 15h até sexta-feira (3). A Marinha, responsável pela coordenação das buscas, segue trabalhando em condições desafiadoras.
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou na última sexta-feira (27) a realização de uma fiscalização para apurar as causas do desabamento e avaliar os riscos de incidentes semelhantes em outras estruturas sob responsabilidade do Dnit. A medida reflete preocupações sobre a integridade de pontes e viadutos em todo o país.
Enquanto a reconstrução da ponte não é concluída, o transporte entre Aguiarnópolis e Estreito está sendo realizado por balsas para passageiros e veículos leves. Caminhões de carga, entretanto, precisam utilizar rotas alternativas já indicadas pela Polícia Rodoviária Federal, aumentando o tempo e os custos de deslocamento.
A tragédia evidencia a necessidade de maior atenção à manutenção de infraestrutura crítica no Brasil. O contrato emergencial para reconstrução da ponte é um primeiro passo, mas as investigações em curso e as condições de transporte na região mostram que os desafios vão além da obra em si, afetando diretamente a vida e a economia das comunidades locais.