O opositor venezuelano Edmundo González Urrutia anunciou no sábado (4), após um encontro com o presidente argentino Javier Milei, que pretende retornar à Venezuela para assumir a presidência, reivindicando a vitória nas eleições presidenciais.
Durante uma entrevista em Buenos Aires, González declarou: “Meu objetivo é voltar à Venezuela e tomar posse do mandato que os venezuelanos me confiaram ao me elegerem com 7 milhões de votos.” Ele não forneceu detalhes sobre como pretende executar esse plano.
González também pediu que Nicolás Maduro facilite uma transição pacífica. “Esperamos que Maduro colabore para uma mudança de governo tranquila e ordenada”, afirmou o opositor, que está exilado desde setembro.
Ele deixou a Venezuela e buscou asilo na Espanha depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor com 5,150 milhões de votos (51,2%), enquanto González teria recebido 4,445 milhões (44,2%).
Até o momento, as atas eleitorais que comprovem os resultados não foram divulgadas.
O governo venezuelano, por sua vez, anunciou uma recompensa de US$ 100 mil por informações que levem à captura de González, acusando-o de planejar um golpe de Estado com apoio dos Estados Unidos.
A posse de Maduro está marcada para 10 de janeiro, com o apoio das Forças Armadas, que reafirmaram sua “lealdade absoluta” ao atual presidente. Maduro está no poder desde 2013, após a morte de Hugo Chávez.
Diversos países, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e várias nações da América Latina, se recusam a reconhecer a reeleição de Maduro, exigindo maior transparência na apuração dos votos.
No Brasil, embora o governo tenha evitado alegar fraude, condicionou o reconhecimento do resultado à apresentação das atas eleitorais, o que ainda não ocorreu.
Apesar disso, um representante brasileiro participará da posse, conforme noticiado pelo colunista Jamil Chade.
Além de planejar seu retorno à Venezuela, González revelou que pretende conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, neste domingo (5).
Ele mencionou a expectativa de novas definições sobre a política americana em relação à Venezuela, especialmente com a posse de Donald Trump marcada para 20 de janeiro.