O programa Fantástico divulgou um laudo que revela o envenenamento com chumbinho de uma família no Piauí, no primeiro almoço do ano. Duas pessoas morreram e outras três estão em estado grave. A polícia agora investiga quem colocou o veneno no arroz.
Francisca Maria e suas duas filhas, de quatro e três anos, continuam internadas após ingerirem alimentos envenenados. As crianças foram transferidas de Parnaíba para um hospital em Teresina. A avó, Maria dos Aflitos da Silva, que não almoçou, testemunhou a situação desesperadora.
Manuel dos Santos, de 18 anos, filho de Maria dos Aflitos, morreu ainda na ambulância. Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses, filho de Francisca Maria, faleceu no hospital. Outras quatro pessoas que comeram o almoço tiveram complicações leves.
Preparação do almoço
O almoço de 1º de janeiro continha sobras da ceia de 31 de dezembro. Maria de Fátima Silva, uma das responsáveis pela preparação, afirmou que tudo parecia normal e que ninguém passou mal inicialmente. O cardápio também incluía peixes doados por um casal que faz doações a famílias pobres da cidade.
A polícia descartou a possibilidade de intoxicação pelos peixes. Um laudo produzido pela Polícia Científica do Piauí apontou a presença de terbufós, uma substância tóxica usada em pesticidas e agrotóxicos, no organismo das vítimas.
Esse químico, presente no chumbinho, é proibido no Brasil e já causou outra tragédia na mesma família em 2023, quando dois meninos morreram após comerem cajus envenenados.
Homicídio investigado
Os peritos encontraram terbufós no arroz consumido. A polícia não acredita que haja conexão com o caso dos cajus envenenados, mas agora investiga o envenenamento como homicídio.
Segundo o delegado Abimael Silva, a substância foi colocada intencionalmente na comida com o objetivo de matar a família.
A polícia não descarta a possibilidade de que um membro da família seja o autor do crime, mas Maria dos Aflitos acredita que alguém invadiu a casa durante a madrugada do Réveillon e envenenou a comida. Ela apontou a falta de segurança da residência como um fator que pode ter facilitado o acesso.
As autoridades continuam a investigar o caso para identificar os responsáveis pelo envenenamento.