A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Tocantins e do Maranhão, completou duas semanas nesse domingo (5). Durante esse período, famílias de 14 vítimas confirmadas lamentam as perdas, enquanto parentes de três pessoas ainda desaparecidas nas águas do Rio Tocantins vivem a angústia da espera.
A ponte desabou na tarde do dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 15h, quando o vão central da estrutura, com mais de 60 anos, cedeu. O colapso levou dez veículos e seus ocupantes ao rio. Dezoito pessoas foram vítimas do desastre, com apenas uma sobrevivente.
Moradores dos dois estados já haviam alertado as autoridades sobre a situação precária da estrutura. A ponte, inaugurada na década de 1960, servia como travessia no corredor Belém-Brasília. Inspeções realizadas em 2019 pelo DNIT indicaram a necessidade de melhorias que não foram implementadas a tempo.
Operações de resgate
Nas últimas duas semanas, equipes da Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros Militar, Defesa Civil e polícias Civil e Militar concentraram esforços no resgate das vítimas submersas.
Mergulhadores e equipamentos avançados foram empregados para analisar a situação dos veículos no fundo do Rio Tocantins, incluindo quatro caminhões, duas caminhonetes, um carro e três motos.
Riscos e medidas
Os trabalhos foram inicialmente suspensos devido à preocupação com a carga dos caminhões, que incluíam 70 toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de agrotóxicos. Após análises que confirmaram a ausência de contaminação, as buscas subaquáticas foram retomadas em 25 de dezembro. Equipamentos foram instalados para monitorar possíveis abalos na estrutura restante da ponte, garantindo a segurança dos mergulhadores.
Vítimas identificadas
Até agora, 14 dos 17 corpos desaparecidos foram encontrados. As autoridades continuam a busca por três pessoas. Entre as vítimas encontradas estão:
Lorranny Sidrone de Jesus (11 anos)
Kecio Francisco Santos Lopes (42 anos)
Andreia Maria de Souza (45 anos)
Lorena Ribeiro Rodrigues (25 anos)
Anisio Padilha Soares (43 anos)
Silvana dos Santos Rocha Soares (53 anos)
Elisangela Santos das Chagas (50 anos)
Ailson Gomes Carneiro (57 anos)
Rosimarina da Silva Carvalho (48 anos)
Cássia de Sousa Tavares (34 anos)
Cecília Tavares Rodrigues (3 anos)
Beroaldo dos Santos (56 anos)
Dois corpos ainda não foram identificados.
Investigações
A Polícia Federal e outros órgãos ministeriais continuam apurando as causas do desmoronamento, buscando respostas para prevenir futuras tragédias. As comunidades dos dois estados esperam por justiça e pela implementação de medidas de segurança necessárias para evitar que novos desastres ocorram.