A Caixa Econômica Federal iniciou 2025 com aumento nas taxas de juros para financiamentos imobiliários com recursos da poupança. Desde 2 de janeiro, os juros subiram de um a dois pontos percentuais, dependendo da modalidade de crédito. Para operações do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que financiam imóveis de até R$ 1,5 milhão, as taxas agora variam entre TR + 10,99% e TR + 11,49% ao ano. Já no Sistema de Financiamento Imobiliário (SFI), voltado para imóveis acima de R$ 1,5 milhão, os juros passaram para TR + 11,87% a TR + 12% ao ano. Antes do aumento, as taxas variavam de TR + 8,99% a TR + 9,99%.
Na linha de crédito Poupança Caixa, que utiliza como base a remuneração da poupança, os acréscimos subiram de 3,10%-3,99% ao ano para 4,12%-5,06%. Essa elevação ocorre em um cenário de alta da taxa Selic, que aumentou de 10,50% para 12,25% recentemente, com projeções do Banco Central de alcançar 14,25% até março. A escassez de recursos na caderneta de poupança, fonte primária para financiamentos habitacionais, também contribuiu para a mudança nas taxas.
A Caixa, líder no mercado de crédito habitacional, afirmou em nota que “a definição das taxas de juros se baseia na análise de fatores mercadológicos e conjunturais, dentro das regras prudenciais de crédito”. No entanto, os aumentos não impactam os financiamentos do programa Minha Casa Minha Vida, que atende famílias com renda de até R$ 8 mil e imóveis de até R$ 350 mil.
O movimento de elevação das taxas de juros no crédito imobiliário já havia sido iniciado por bancos privados, como Itaú e Santander, em resposta ao ciclo de alta da Selic. Esse contexto também levou a Caixa a endurecer as condições para concessão de crédito habitacional via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Entre as mudanças, o banco aumentou o valor mínimo de entrada de 20% para 30% do total do imóvel e criou novas modalidades para pessoas físicas e construtoras, vinculando os juros ao CDI, que acompanha a variação da Selic.