O ministro dos Transportes, Renan Filho, determinou o afastamento do superintendente regional do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) no Tocantins, Renan Bezerra de Melo Pereira, em meio às investigações sobre o desabamento da ponte JK, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA). O afastamento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) nesta sexta-feira (17) e tem duração de até 60 dias, podendo ser prorrogado por igual período.
Além do superintendente, outros três servidores do Dnit no Tocantins, incluindo o responsável pela manutenção da ponte, também foram afastados por 60 dias, conforme portaria assinada pelo diretor-geral do órgão, Fabrício de Oliveira Galvão.
Tragédia e impacto ambiental
O desabamento ocorreu em 22 de dezembro de 2024, resultando na morte de pelo menos 14 pessoas. O incidente derrubou pelo menos dez veículos no Rio Tocantins, entre eles três caminhões transportando 25 mil litros de agrotóxicos e 76 toneladas de ácido sulfúrico, o que gerou preocupações ambientais.
A ponte JK, inaugurada em 1961, fazia parte da BR-226, um dos trechos da rodovia Belém-Brasília. Segundo o Ministério dos Transportes, a estrutura já não suportava o aumento do fluxo de veículos e da carga transportada, o que pode ter contribuído para o colapso do vão central da ponte, que possui 533 metros de extensão.
Investigações em andamento
A Polícia Federal abriu uma investigação para apurar as responsabilidades pelo desabamento, enquanto o Dnit instaurou uma sindicância interna para averiguar possíveis falhas na manutenção e gestão da estrutura. A comissão encarregada da apuração tem um prazo de 120 dias para apresentar os resultados.
O afastamento dos servidores e a abertura das investigações buscam esclarecer se houve negligência na manutenção da ponte e apontar os responsáveis pela tragédia. Enquanto isso, autoridades avaliam alternativas emergenciais para garantir a travessia e minimizar os impactos logísticos na região.