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Morre Léo Batista, dono de uma das vozes mais marcantes da TV brasileira

Nascido em 1932, em Cordeirópolis (SP), Léo Batista atravessou quase oito décadas de carreira e se tornou um dos maiores ícones do jornalismo esportivo brasileiro

Fonte: Da redação

Faleceu neste domingo (19), aos 92 anos, Léo Batista, dono de uma das vozes mais marcantes da TV brasileira.

Nascido em 1932, em Cordeirópolis (SP), Léo Batista atravessou quase oito décadas de carreira e se tornou um dos maiores ícones do jornalismo esportivo brasileiro. Sua trajetória foi marcada por momentos históricos, como quando, na Rádio Globo, em 1954, foi o primeiro a informar o suicídio de Getúlio Vargas. Quarenta anos depois, já na TV Globo, coube a ele anunciar a morte de Ayrton Senna, após o trágico acidente em Ímola, na Itália.

Botafoguense apaixonado, Léo Batista dedicou mais de 50 anos à TV Globo, cobrindo Copas do Mundo, Olimpíadas e corridas de Fórmula 1. Além de apresentar os principais programas esportivos da emissora, ficou eternizado ao lado da icônica “zebrinha” ao anunciar os resultados da loteria esportiva no Fantástico.

A paixão pelo jornalismo começou ainda na adolescência, quando improvisava transmissões esportivas em casa, usando uma lata de tomate como microfone. Aos 15 anos, foi indicado por um primo para trabalhar no serviço de alto-falantes da cidade e, pouco depois, conseguiu uma vaga na Rádio Clube de Birigui. Foi lá que começou a narrar jogos de futebol e até assumiu funções de gerência.

Antes de chegar ao Rio de Janeiro, em 1952, Léo trabalhou em Piracicaba. Na capital fluminense, ingressou na Rádio Globo, onde passou por uma mudança decisiva. O jornalista Luiz Mendes considerou complicado o nome profissional Bellinaso Neto e sugeriu uma nova identidade: Léo Batista. A família do jornalista aderiu imediatamente à mudança, e ele nunca mais foi chamado de outra forma.

Foi novamente Luiz Mendes quem, em 1955, abriu as portas da televisão para Léo Batista. Convidado a trabalhar na TV Rio, ele encarou o desafio, mesmo sem experiência no novo veículo. Com o tempo, foi ampliando seu espaço na TV, atuando como apresentador de lutas de boxe e ganhando destaque na narração dos combates.

A consolidação na televisão aconteceu na TV Excelsior, mas foi na TV Globo, a partir de 1970, que Léo Batista se tornou um verdadeiro precursor dos programas esportivos. Participou da criação do Esporte Espetacular em 1973 e foi o primeiro apresentador do Copa Brasil, programa que daria origem ao Globo Esporte em 1978. Além do esporte, Léo apresentou o Jornal Nacional, o Jornal Hoje e desfiles do Carnaval carioca. Mas foi no Fantástico que ele deixou sua marca mais forte, primeiro ao lado da “zebrinha” e depois comandando o icônico quadro Gols do Fantástico, onde desenvolveu a habilidade que o consagrou: a descrição dos gols na TV.

Com sua voz inconfundível, narrou momentos históricos do futebol brasileiro e foi peça fundamental no Baú do Esporte, relembrando lances inesquecíveis de diferentes épocas. Ao longo da carreira, recebeu inúmeras homenagens, incluindo a série documental Léo Batista, a Voz Marcante, lançada em junho de 2024 no Globoplay. Torcedor fiel do Botafogo, viu seu nome ser eternizado em uma cabine de imprensa no Estádio Nilton Santos.

Mesmo após décadas de trabalho, Léo Batista nunca quis se afastar do ofício. Continuou participando do Globo Esporte até pouco antes de sua morte, sempre reforçando que para ter sucesso na profissão era preciso “gosto, dom e treino”.

Foi assim que construiu uma trajetória brilhante e se tornou um dos maiores nomes do jornalismo esportivo brasileiro, deixando um legado inesquecível na história da comunicação.

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