O governador do Maranhão, Carlos Brandão, anunciou nesta sexta-feira, 24, edições especiais dos programas Juros Zero e Trabalho Jovem para apoiar empresas e trabalhadores afetados pelo desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek, que ligava o Maranhão ao Tocantins e desabou no final do ano passado.
Lançamento dos Programas
A solenidade aconteceu em Estreito, município diretamente afetado pelo colapso da ponte, e as medidas também beneficiarão as cidades de Porto Franco e Carolina.
O pacote de ações inclui a prorrogação do prazo para pagamento do IPVA nas três cidades e a implantação de uma agência do Sistema Nacional de Emprego (Sine) em Porto Franco.
Juros Zero
O programa Juros Zero visa incentivar o empreendedorismo e promover a geração de emprego e renda, beneficiando empresas em Estreito, Porto Franco e Carolina com faturamento igual ou inferior a R$ 50 mil. Empréstimos de até R$ 50 mil terão seus juros pagos pelo governo estadual.
Segundo Carlos Brandão, a medida foi ampliada para esses municípios devido à crise gerada pelo desabamento da ponte. “Vamos pagar os juros dos empresários que estão devendo suas parcelas nos bancos. Empresário que deve até R$ 50 mil, nós vamos pagar os juros.”
Trabalho Jovem
O programa Trabalho Jovem abrirá 650 vagas de estágio para jovens das três cidades, sendo 300 em Estreito, 200 em Porto Franco e 150 em Carolina, através de parceria com a empresa de call center Elo Contact Center. Além disso, mais 325 vagas serão disponibilizadas via Eixo Apoio à Contratação, totalizando quase mil novas vagas de trabalho.
“Trouxemos para Estreito uma empresa de call center que poderia ir para qualquer município do Maranhão, mas, neste momento, a nossa prioridade é Estreito, porque tem muita gente desempregada e, com isso, eles vão fazer uma grande contratação,” afirmou o governador.
Outras medidas
Além dessas iniciativas, será concedida uma embarcação para travessia gratuita entre Estreito e Aguiarnópolis, facilitando o deslocamento dos moradores. O governador também destacou a importância de buscar novas parcerias com o Governo Federal para mitigar os impactos socioeconômicos causados pelo desabamento da ponte.
O colapso da Ponte Juscelino Kubitschek em 22 de dezembro de 2024, na BR-226, afetou significativamente a atividade econômica na região, que depende do transporte rodoviário de cargas para escoamento de produtos como milho e soja. A reconstrução da da estrutura é de competência do Governo Federal.
Um mês do colapso
A queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Tocantins e do Maranhão, completou um mês no último dia 22. Durante esse período, famílias de 14 vítimas confirmadas lamentam as perdas, enquanto parentes de três pessoas ainda desaparecidas nas águas do Rio Tocantins vivem a angústia da espera.
A ponte desabou na tarde do dia 22 de dezembro de 2024, por volta das 15h, quando o vão central da estrutura, com mais de 60 anos, cedeu. O colapso levou dez veículos e seus ocupantes ao rio. Dezoito pessoas foram vítimas do desastre, com apenas uma sobrevivente.
Moradores dos dois estados já haviam alertado as autoridades sobre a situação precária da estrutura. A ponte, inaugurada na década de 1960, servia como travessia no corredor Belém-Brasília. Inspeções realizadas em 2019 pelo Dnit indicaram a necessidade de melhorias que não foram implementadas a tempo.
Vítimas identificadas
Até agora, 14 dos 17 corpos desaparecidos foram encontrados. As autoridades continuam a busca por três pessoas. Entre as vítimas encontradas estão:
Lorranny Sidrone de Jesus (11 anos)
Kecio Francisco Santos Lopes (42 anos)
Andreia Maria de Souza (45 anos)
Lorena Ribeiro Rodrigues (25 anos)
Anisio Padilha Soares (43 anos)
Silvana dos Santos Rocha Soares (53 anos)
Elisangela Santos das Chagas (50 anos)
Ailson Gomes Carneiro (57 anos)
Rosimarina da Silva Carvalho (48 anos)
Cássia de Sousa Tavares (34 anos)
Cecília Tavares Rodrigues (3 anos)
Beroaldo dos Santos (56 anos)
Dois corpos ainda não foram identificados.
Investigações
A Polícia Federal e outros órgãos ministeriais continuam apurando as causas do desmoronamento, buscando respostas para prevenir futuras tragédias. As comunidades dos dois estados esperam por justiça e pela implementação de medidas de segurança necessárias para evitar que novos desastres ocorram.