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Celular: proibir é educar?

Uma pergunta é inevitável: a vida fora da escola é com ou sem celular? O celular é um computador e cortar o uso em aula pode ser um retrocesso incrível.

Fonte: Alberto Consolaro – Professor Titular da USP e Colunista de Ciências do JC

Raramente alguém faz uma única coisa em um dado momento!

A Unesco da ONU sempre orientou a educar para a vida, reproduzindo-se os modelos e ambientes da sociedade, incluindo-se o trabalho. Uma pergunta é inevitável: a vida fora da escola é com ou sem celular? O celular é um computador  e cortar o uso em aula pode ser um retrocesso incrível.

Deveríamos formar e conscientizar os professores e alunos para viver esta realidade e não simplesmente proibir. É isto que acontece com o vício de fumar, beber e com as drogas: somos conscientizados pela escola, família e sociedade! O excesso de telas não envolve só a escola!

Os professores não se sentem confortáveis porque seus modelos de ensino não têm celulares como ferramenta de aprendizado. Fica um descompasso intergeracional: olado dos alunos que sabe trabalhar com celulares e o outro, dos professores, que não foi treinado para isto.

Os professores deveriam receber o melhor celular do mercado para usá-lo como ferramenta de trabalho na sala de aula e fora dela. Como isto não acontece, contribui-se para a falta de bons professores. Os professores deveriam ser os mais atualizados tecnologicamente para tratar com as novas gerações de todas as profissões.

E NA VIDA?

Em casa tem celular, redes sociais, televisão, livros e revistas, além de músicas, ligações e comentários deterceiros. Em aula deve-se reproduzir o que se faz em todos os lugares: duas ou três coisas ao mesmo tempo.

No emprego é assim: celular, e-mail, vídeo, música e digitação e televisão ligada. Na academia comexercícios, se conversa com personal, música, vídeo,celular e mensagens.

Trancar os alunos, isolá-los do mundo, impedir o celular, e-mails, internet, músicas e conversa com o amigo ao lado, até parece cárcere privado! Isto poderia ser negociado e conscientizado em sala.

Na escola deve-se reproduzir o que se passa na vida. O professor na sala não precisa ser o centro de tudo, e simum ator da situação, um participante criativo, cujaatividade chame a atenção dos alunos. Pode-se impedir o celular, mas a cabeça do aluno vai viajar, sem qualquercontrole.

Nas aulas, as atividades devem ser inquietadoras, desafiantes, ativas, de busca, raciocínio e análise. Conteúdo e informações se tem em qualquer lugar disponíveis e gratuitos. Os alunos devem aprender a resgatar e interpretá-las. Devem aplicar o conhecimento resgatado e analisado, deve questionar o conteúdo ediscutí-lo é fundamental.

O uso passivo do quadro e da projeção já era! O professor e sua postura tem que ser mais interessante que o celular, internet e o amigo do lado. Se o professor for bom, o aluno sabe que o celular, internet e amigo do lado estarão disponíveis em outros momentos e o professor,não! Então irá priorizar suas orientações! Reprimir o uso das novas tecnologias e o viço dos novos comportamentos é impossível, inútil e improdutivo.Deixem manipular os bancos de dados, livros, bibliotecas, deixem interagir com colegas, professores esites e que imitem a vida. Nas provas, induzam o uso docelular, tablets, computadores, como na vida, imitem-na!

Se o profissional formado precisar de algo ou terdificuldade, vai buscar, resgatar, analisar e interagir com o mundo para resolver. Ele não vai usar só memória para isto, ele não vai se isolar, ele vai interagir e compartilhar para resolver.

Dê ao aluno 24 horas para resolver, se alguém ajudar estará aprendendo também, se pediu ajuda está sendo humilde ou esperto: médicos, engenheiros e todos os profissionais fazem assim quando precisam.

Ah! Mas aí as avaliações terão que ser individuais?Claro, cada ser humano tem seu próprio universo! Osacomodados dirão – Mas dá trabalho …. Eu não quero mudar …Isso não dá certo … No meu tempo … Os talibãs também proíbem o uso do celular e inte

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