Com a recente abertura do mercado chinês para o gergelim brasileiro, a expectativa é transformar o grão em uma cultura tão relevante quanto a soja e o milho no estado.
Em 2024, Mato Grosso foi responsável por 64% das exportações brasileiras, movimentando R$ 1,3 bilhão e enviando o produto para 26 países, incluindo Índia, México, Vietnã e Egito.
O potencial chinês para a importação de gergelim impressiona. O país consome 1,2 milhão de toneladas por ano, importando cerca de 1 milhão de toneladas, mais que o dobro da produção brasileira. O produto é amplamente utilizado na alimentação chinesa, principalmente na produção de óleo de gergelim, ingrediente essencial na culinária local.
Traders experientes apontam que a abertura do mercado chinês não significa apenas uma oportunidade, mas a necessidade de um plano estratégico para garantir competitividade e conquistar fatias significativas desse consumo.
“Entrar com 20 mil toneladas seria apenas um ensaio. Precisamos estar preparados para entrar com os dois pés, entendendo as exigências do mercado e organizando nossa cadeia produtiva”, destacou o presidente da Aprofir-MT, Hugo Garcia.
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso, Cesar Miranda, reforçou o compromisso do governo em apoiar a estruturação da cadeia produtiva e garantir que o estado tenha protagonismo nesse mercado bilionário.
“O governador Mauro Mendes sempre apoiou iniciativas desse tipo. Temos que agir rápido para que Mato Grosso se consolide como líder mundial na produção e exportação de gergelim”, afirmou.
Os produtores acreditam que o gergelim pode seguir os passos do milho, que há alguns anos era visto apenas como uma cultura complementar e hoje tem papel fundamental no agronegócio. Com investimento em pesquisa, melhor estrutura logística e apoio governamental, a cultura pode se tornar uma das mais rentáveis do estado.
“Hoje, o gergelim tem potencial para faturar até R$ 15 mil por hectare, um valor próximo ao do algodão. Mas precisamos melhorar nossa produção e consolidar o mercado”, explicou Alex Wisch, presidente da Aproger-MT.
Com ações coordenadas entre setor produtivo, governo e entidades de classe, Mato Grosso se posiciona para aproveitar essa oportunidade e transformar o gergelim em um dos novos motores do agronegócio brasileiro