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Pix por aproximação passa a funcionar e deve impulsionar pagamentos

Agora, será possível incluir o Pix em carteiras digitais nos celulares, permitindo que o consumidor pague suas compras apenas encostando o aparelho

Fonte: Da redação

O Pix vai ganhar uma nova funcionalidade a partir do dia 28 de fevereiro, permitindo que pagamentos sejam feitos por aproximação ou biometria, sem a necessidade de acessar o aplicativo do banco. A novidade deve impulsionar o uso do Pix no comércio físico e online, facilitando transações e ampliando a concorrência com cartões de débito, crédito e até mesmo com o dinheiro em espécie.

Agora, será possível incluir o Pix em carteiras digitais nos celulares, permitindo que o consumidor pague suas compras apenas encostando o aparelho em maquininhas, da mesma forma que já ocorre com cartões. Para pagamentos online, o processo será ainda mais ágil, permitindo concluir compras com apenas um clique, sem a necessidade de escanear QR Codes ou utilizar o recurso de Pix Copia e Cola. Todas as etapas ocorrerão diretamente no site da empresa que está vendendo o produto ou serviço.

A funcionalidade está em fase de testes desde novembro de 2024, com um público restrito, envolvendo grandes bancos, instituições de pagamento, maquininhas e Iniciadores de Transação de Pagamento (ITP), empresas que atuam como intermediárias entre lojistas e bancos. A partir do lançamento oficial, os bancos serão obrigados a liberar as transações iniciadas por uma ITP. No entanto, a oferta do Pix por aproximação em aplicativos bancários ou carteiras digitais será opcional, assim como a aceitação por parte das maquininhas, embora a concorrência de mercado deva incentivar uma rápida adesão.

Integração com o Google Pay

Usuários de Android poderão acessar o novo serviço via Google Pay, que já testa a funcionalidade em parceria com instituições como C6 Bank, PicPay e Itaú (com a maquininha Rede). Outras 11 maquininhas, incluindo Cielo, Getnet, Pagbank, Stone, Sumup, Fiserv, Safra Pay, Sicredi, Azulzinha, Mercado Pago e Bin, firmaram acordos para aceitar o Pix por aproximação.

Já a Apple não possui registro como iniciadora de pagamentos e não solicitou licença ao Banco Central, o que limita o acesso da funcionalidade aos usuários de iPhone. Após enfrentar processos na União Europeia, a Apple permitiu o uso de carteiras digitais de terceiros, mas, até o momento, não há previsão para o Brasil.

Segurança reforçada

Para utilizar o novo recurso, o usuário precisará cadastrar previamente suas chaves Pix em carteiras digitais ou aplicativos de lojas, com uma autorização concedida pelo banco. Cada transação exigirá a confirmação via biometria, reconhecimento facial, senha ou chave de segurança, proporcionando uma camada extra de proteção contra fraudes.

Segundo Gustavo Lino, presidente da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init), o uso da biometria traz mais segurança para o ambiente físico e digital. Natacha Litvinov, chefe de parcerias de pagamentos do Google Pay, destaca que a novidade facilita não apenas compras online, mas também transferências entre pessoas, oferecendo praticidade e mais controle sobre o acesso aos dados bancários.

Impacto no comércio e expansão do Pix

Com a nova funcionalidade, a expectativa é de um crescimento significativo do Pix em pagamentos presenciais e online. Atualmente, o Pix é o meio de pagamento favorito dos brasileiros, mas a maioria das transações (45%) ainda ocorre entre pessoas físicas, enquanto no comércio o processo é considerado menos prático devido ao número de etapas necessárias.

O Banco Central espera que o uso do Pix por aproximação acelere ainda mais sua adoção, considerando que pagamentos por aproximação com cartões já representavam 65% das transações presenciais em setembro de 2024. O Pix já supera o cartão de crédito em número de operações, com mais de 16 bilhões de transações no terceiro trimestre de 2024, contra 5 bilhões dos cartões.

Redução de custos e novos mercados

O Pix por aproximação não deve gerar custos adicionais para comerciantes além das taxas de processamento já existentes. De acordo com Murilo Rabusky, diretor da fintech Lina Open X, o principal diferencial será o custo reduzido para os lojistas, tornando o Pix uma alternativa mais econômica em comparação com as taxas de cartões de crédito e débito. Albert Morales, da Belvo, destaca que essa economia pode incentivar descontos para quem optar pelo Pix.

Além do comércio, o recurso tem despertado interesse em setores como casas de apostas online, onde o Pix já é o principal meio de pagamento, além de aplicativos de delivery, transporte, postos de combustíveis e até mesmo para doações a ONGs, como destaca Marcelo Martins, presidente da Iniciador.

Perspectivas para o futuro

A adoção do Pix por aproximação deve reduzir ainda mais o uso de dinheiro em espécie e, possivelmente, diminuir a relevância do cartão de débito. No entanto, o impacto sobre o cartão de crédito dependerá dos incentivos oferecidos por lojistas, como descontos para pagamentos via Pix.

Para o Banco Central, a novidade representa mais um passo rumo à digitalização da economia brasileira, com o potencial de transformar o Pix em um meio de pagamento ainda mais dominante, tanto no ambiente físico quanto digital.

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