Este é um ciclo de retroalimentação produtiva estimulada pelos preços. Preços altos estimulam maior produção, que, posteriormente, fazem com que os valores caiam, estimulando uma menor produção, que ,depois, provocam novas altas.
De 2022 até a metade de 2024, os preços da carne bovina ao varejo caíram em torno de 20%, e mantiveram a inflação controlada, como parte da fase de baixa do ciclo pecuário. Neste caso, o valor do boi acompanhou a queda de preços da carne.
Agora, já se somam 24 meses de liquidação de fêmeas no rebanho bovino brasileiro. Com a queda de preços, houve um estímulo a se liquidar as matrizes do rebanho, que servem para fazer bezerros, que se tornarão boi gordos, e posteriormente, carne. Essa é uma estratégia para manter a fazenda no azul, já que os preços estavam em queda.
O movimento de liquidar as fêmeas, depois de perdurar por muito tempo, ele se inverte novamente para a fase de alta. No segundo semestre de 2024, essa alta foi direcionada principalmente pela demanda muito forte, com a ampliação de gastos do governo e o fundão eleitoral das eleições municipais, o que culminou no maior poder de compra temporário da população.
Agora, estamos há muito tempo liquidando fêmeas, e uma hora ou outra vamos sentir falta dos produtos dessas fêmeas, que farão com que o preço do boi gordo, e consequentemente da carne, continuem pressionando a inflação no Brasil. Por esse motivo, a carne é um componente importante da inflação.