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A 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) condenou a GOL Linhas Aéreas ao pagamento de indenização por danos morais a uma passageira e seu filho devido a sucessivas falhas na prestação de serviços durante voo comercial entre Rio Branco e Campinas (SP).
Conforme a decisão, que teve como relator o desembargador Nonato Maia (atual corregedor-geral da Justiça), publicada na edição do Diário da Justiça Eletrônico (DJe) desta sexta-feira, 14, tanto os fatos alegados quanto o dever da empresa de indenizar foram devidamente comprovados, incidindo, no caso, a responsabilidade civil da demandada pelo ocorrido.
Entenda o caso
A autora e seu filho alegaram que estavam com viagem marcada saindo de Rio Branco e embarcaram em um voo comercial com destino final a Campinas (SP), com escala prevista em Brasília (DF); no entanto, foram surpreendidos com o aviso de cancelamento do voo devido às condições meteorológicas, somente 50 minutos após o horário de saída.
Sem transporte próprio, mãe e filho precisaram aguardar uma van disponibilizada pela empresa, recebendo instruções para estarem prontos para o próximo voo às 13h15. No aeroporto, no entanto, precisaram esperar mais de três horas até o embarque, sem o fornecimento de qualquer suporte alimentício pela empresa.
Todavia, em Brasília, descobriram que não haveria voo no mesmo dia para Campinas, sendo informados de que seriam alocados em um hotel de passagem. Contudo, ao desembarcar na capital federal, mãe e filho foram hospedados em hotéis diferentes, situação que só foi resolvida após quatro horas.
Pedido procedente
Inicialmente, a sentença do Juízo negou o pedido de indenização, sob a fundamentação de que tudo ocorreu por “força maior”. Entretanto, ao analisar o recurso apresentado pelos autores, o desembargador relator votou pela reforma da decisão, considerando que os elementos de prova juntados aos autos são suficientes para justificar a condenação da empresa ao pagamento da indenização pleiteada, em razão de sua responsabilidade civil.
Embora a empresa apelada tenha alegado que tomou providências para mitigar os danos, os documentos nos autos evidenciam que as medidas foram “insuficientes e desorganizadas, resultando em transtornos que ultrapassam os meros aborrecimentos do cotidiano, configurando falha na prestação do serviço de transporte aéreo, nos termos do art. 14 do Código de Defesa do Consumidor”.
Por fim, o magistrado de 2º grau votou pela reforma da sentença com a consequente concessão da indenização pleiteada pelos autores, no valor total de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Os demais desembargadores membros da 2ª Câmara Cível acompanharam, à unanimidade, o entendimento do relator, restando, assim, condenada a companhia aérea.