Entenda quais as Principais Causas de Dor no Quadril

A dor no quadril é uma queixa comum no consultório ortopédico e pode afetar pessoas de todas as idades. Suas causas variam desde processos degenerativos e inflamatórios até lesões musculoesqueléticas e doenças sistêmicas. O diagnóstico correto é essencial para a escolha do tratamento adequado e para a melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Uma das principais causas de dor no quadril é a artrose, também chamada de coxartrose. Trata-se de um processo degenerativo progressivo da cartilagem articular, levando a dor crônica, rigidez e limitação dos movimentos. Fatores como idade avançada, predisposição genética, sobrecarga articular e doenças prévias, como a displasia do desenvolvimento do quadril, podem acelerar esse desgaste. Estudos indicam que a artrose do quadril afeta até 10% da população idosa, sendo uma das principais razões para a necessidade de cirurgia de substituição da articulação.
Outra condição frequente é o impacto fêmoro-acetabular (IFA), caracterizado pelo contato anormal entre o fêmur e o acetábulo. Essa alteração anatômica pode resultar em lesões do labrum, estrutura cartilaginosa que reveste a borda do acetábulo e contribui para a estabilidade articular. O IFA é mais prevalente em jovens ativos e atletas, e sua progressão pode levar ao desenvolvimento precoce da artrose. Estudos biomecânicos demonstram que pacientes com impacto fêmoro-acetabular têm maior risco de desgaste articular a longo prazo, reforçando a importância do diagnóstico precoce.
A dor lateral no quadril pode ser causada por tendinopatias glúteas e bursite trocantérica, condições inflamatórias que acometem os músculos glúteos e a bursa trocantérica. Esse quadro, muitas vezes subestimado, é mais comum em mulheres e pode ser agravado por desalinhamentos posturais e sobrecarga mecânica. Revisões recentes apontam que o tratamento conservador, com fisioterapia focada no fortalecimento muscular e controle da biomecânica, apresenta alta taxa de sucesso na redução da dor.
A síndrome do piriforme é outra causa relevante, sendo caracterizada pela compressão do nervo ciático pelo músculo piriforme. Esse quadro pode levar a dor glútea irradiada para a coxa e perna, frequentemente confundida com hérnia de disco lombar. Estudos sugerem que essa síndrome ocorre em até 6% dos casos de dor ciática e é mais comum em atletas que realizam movimentos repetitivos de rotação do quadril, como corredores e ciclistas.
Fraturas por estresse do colo do fêmur são uma causa importante de dor em indivíduos fisicamente ativos, especialmente corredores de longa distância. Essas fraturas ocorrem devido à repetição de microtraumas e podem evoluir para fraturas completas se não forem diagnosticadas precocemente. Evidências científicas indicam que fatores como déficit nutricional, baixo índice de massa óssea e treinos excessivos aumentam o risco desse tipo de lesão.
A necrose avascular da cabeça do fêmur é uma condição grave que resulta da interrupção do suprimento sanguíneo para o osso, levando à morte celular e colapso da articulação. Fatores de risco incluem uso crônico de corticoides, alcoolismo e doenças autoimunes. Estudos de imagem, como a ressonância magnética, são fundamentais para o diagnóstico precoce e para a escolha do tratamento, que pode variar desde terapias conservadoras até procedimentos cirúrgicos, como a descompressão óssea ou a artroplastia total do quadril.
Outras condições, como pubalgia, lesões musculares e hérnias de disco lombares, também podem causar dor referida na região do quadril. A avaliação clínica minuciosa, associada a exames complementares, permite diferenciar essas causas e definir a melhor abordagem terapêutica.
A dor no quadril pode ter um impacto significativo na mobilidade e qualidade de vida dos pacientes. O tratamento varia de acordo com a causa e inclui medidas conservadoras, como consulta com especialista, fisioterapia, fortalecimento muscular, infiltrações para controle da dor e, em casos mais avançados, procedimentos cirúrgicos. O acompanhamento médico especializado é essencial para evitar complicações e garantir um retorno seguro às atividades diárias e esportivas.