As chuvas deste verão e o consequente aumento dos reservatórios contribuíram para a manutenção da bandeira verde na conta de luz, garantindo tarifas mais baixas para os consumidores. No entanto, cresce a preocupação com uma possível mudança no cenário climático, o que pode levar à reativação das bandeiras amarela e vermelha, que acrescentam taxas extras à fatura de energia elétrica conforme o nível de risco nos reservatórios.
De acordo com analistas da XP, caso as chuvas continuem abaixo das projeções para as regiões Sul e Sudeste, há uma expectativa de que a bandeira amarela seja acionada já a partir de maio. A corretora prevê que os encargos adicionais permaneçam na conta de luz por sete meses, de maio a novembro, com possibilidade de ativação da bandeira vermelha nos patamares 1 ou 2 entre julho e outubro, períodos em que o custo da energia se torna ainda mais elevado. Somente em dezembro as condições para a volta da bandeira verde estariam favoráveis.
Os especialistas alertam que a aplicação de tarifas extras pode ocorrer mesmo que os reservatórios estejam em níveis historicamente satisfatórios. Isso se deve à influência do GSF, um indicador de risco que avalia a relação entre a energia efetivamente gerada e a garantia física de cada usina.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é responsável por definir mensalmente o sistema de bandeiras tarifárias, que reflete a necessidade de acionamento de termelétricas ou outras usinas com custo mais elevado para complementar a geração hidrelétrica. Atualmente, os valores adicionais cobrados nas contas de energia são os seguintes:
Bandeira verde: sem tarifa adicional
Bandeira amarela: acréscimo de R$ 1,885 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos
Bandeira vermelha – Patamar 1: acréscimo de R$ 4,463 para cada 100 kWh consumidos
Bandeira vermelha – Patamar 2: acréscimo de R$ 7,877 para cada 100 kWh consumidos
O cenário climático nos próximos meses será decisivo para a manutenção ou não das tarifas reduzidas na conta de energia.