A atriz israelense Gal Gadot, conhecida por interpretar a Mulher-Maravilha nos cinemas, condenou o crescimento do antissemitismo no mundo durante uma conferência em Nova York, nos Estados Unidos, dedicada ao combate ao ódio contra os judeus.
Na última terça-feira (3), Gadot foi homenageada com o Prêmio de Liderança Internacional da Anti-Defamation League (ADL), organização que combate o antissemitismo. Em seu discurso de agradecimento, a atriz destacou o orgulho de sua identidade judaica e denunciou o aumento da hostilidade contra judeus em diversos países.
“Meu nome é Gal, sou mãe, esposa, irmã, filha, atriz. Sou israelense e sou judia”, declarou, sendo aplaudida por um público de cerca de 4 mil pessoas. Em seguida, ressaltou a gravidade do momento atual: “Vou dizer de novo. Meu nome é Gal e sou judia. Não é loucura que apenas dizer isso – apenas expressar um fato tão simples sobre quem eu sou – pareça uma declaração controversa? Mas, infelizmente, é aqui que estamos hoje.”
Denúncia da violência sexual contra reféns
A atriz relatou que, após o ataque do grupo terrorista Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, decidiu se posicionar publicamente contra o antissemitismo e denunciar o silêncio global diante da violência sexual sofrida por reféns israelenses.
Antes desse episódio, segundo Gadot, evitava fazer comentários sobre a política de Israel. No entanto, diante do que classificou como um momento crucial, sentiu que precisava se manifestar. “Este é um momento em que muitos de nós na comunidade judaica tivemos que encontrar nossa voz e enfrentar o ódio contra nós, mesmo que seja extremamente desconfortável”, afirmou.
A atriz revelou ainda sua ligação profunda com a cultura judaica, destacando que é a oitava geração de uma família judia nascida na Terra Santa e que seu avô foi um sobrevivente do Holocausto. Após os ataques de outubro, passou a frequentar uma sinagoga em Los Angeles para sentir o apoio da comunidade. “Eu me senti em casa, entre a família”, disse.
Ela também defendeu a libertação dos reféns israelenses ainda mantidos em Gaza. “Temos que trazê-los para casa”, declarou.
Em seu discurso, Gal Gadot enfatizou a força e a união do povo judeu diante do aumento do antissemitismo. “Nenhum de nós pode ignorar a explosão do ódio contra judeus no mundo. Estou orgulhosa de ser judia e orgulhosa de ser israelense. Sempre fui e sempre serei. E já tivemos o suficiente desse ódio.”
A atriz reforçou a importância de combater esse preconceito de forma ativa. “Vamos enfrentar o antissemitismo. Vamos denunciá-lo. Mas nunca vamos permitir que ele nos derrote, muito menos que nos defina, porque nosso amor é mais forte do que o ódio deles.”
Concluindo sua fala, Gadot destacou que os judeus não devem ser definidos pelo ódio que enfrentam, mas sim pelos valores que carregam. “Não deixaremos o ódio nos definir. Escolhemos a luz, o amor e a esperança. Ser judeu é uma bênção, e ninguém pode tirar isso de nós.”
A ADL afirmou que concedeu o prêmio à atriz por utilizar sua visibilidade para dar voz aos sobreviventes dos ataques do Hamas, exigir a libertação dos reféns e buscar justiça para as mulheres israelenses vítimas de violência.
Apelo de ator de Friends
No evento, o ator judeu David Schwimmer, famoso por interpretar Ross na série “Friends”, também apelou a outros atores judeus a levantarem suas vozes contra a onda de antissemitismo.
“Eu gostaria que você se levantasse. Eu gostaria que você falasse, porque sua voz seria tão significativa para seus fãs que te amam”, afirmou ele.
“Para os membros da sua comunidade que precisam de você, para aqueles que precisam agora de um pouco de solidariedade de pessoas que respeitam e admiram”.