Os ossos do bailarino aparecem por transparência, mas não são seu esqueleto!
Vivos não têm esqueleto, e sim ossos. Epa! Como assim? Que loucura é essa? As pessoas pensam que é fácil posar de erudito ou intelectual. Tem que se lutar contra oceanos e multidões. É persistir, insistir e nunca desistir.
Se puder, não fale meu “esqueleto”, diga meus ossos. Fale ancoragem ou qualidade óssea, afinal ainda não morremos. Na radiografia e na tomografia não se vê o esqueleto, e sim o ossos. Os termos “esqueleto” e “osso” não são sinônimos, e nem “esquelético” e “ósseo”.
ESQUELETO?
O termo esqueleto veio do grego e significa literalmente: seco, dissecado ou desidratado, e sem qualquer relação direta com os ossos. O primeiro registro em inglês do termo esqueleto e aplicado ao ossos secos ou dissecados, é de 1578. Nos departamentos de anatomia humana se tem esqueletos pendurados ou sobre mesas especiais.
A terminologia evoluiu para uma definição do termo esqueleto como um conjunto articulado e montado de ossos secos de qualquer vertebrado. Este conjunto de ossos secos também pode ser chamado de ossatura ou ossamento. Também se usa esqueleto para um conjunto de ossos encontrado em uma cova, caverna ou escavação.
Para ser esqueleto, este conjunto de ossos deve estar montado em sua disposição normal e unidos com arames e ou com massas plásticas, preso a um suporte para estudos. Ossos ressecados e isolados, sem fazer parte de um conjunto articulado e organizado, são apenas peças anatômicas de um osso que foi seco com a retirada de suas partes moles.
Enfim: “Esqueleto é conjunto de todas as partes secas que permanecem após a destruição e remoção das partes moles dos ossos, incluindo se os ligamentos, as cartilagens e as próprias partes moles. Este conjunto de ossos secos do corpo, para ser chamado de esqueleto, deve estar coletivamente organizado para a análise em pesquisas e outros tipos de estudo.”
Em aulas e cursos sobre a biologia e patologia óssea, eu mostrava um esqueleto e apontava perguntando: O que é isso? E diziam esqueleto ou ossos. E para efeito didático, eu ressaltava que não eram, pois na verdade tinham apenas a parte seca e mineralizada de um tecido essencial para nossas vidas. Aquele esqueleto que eu apontava era o que sobrou dos ossos, pois as células, vasos e nervos, medula óssea e periósteo não estavam mais presentes.
Ossos tem tecidos mineralizados, mas também tem partes exuberantes de tecidos moles como o periósteo, corticais e trabeculado, que contém rica medula óssea produtora de sangue. Ainda faz parte dos ossos, os tendões e ligamentos inseridos diretamente nas corticais, assim como as cartilagens que estão em suas estruturas. Cada um dos 206 ossos de um adulto humanos pode ser considerado um órgão individual.
REFLEXÃO FINAL
Diariamente, quando os minerais diminuem no sangue e células, se repõe pela alimentação ou se remove dos ossos, e quando sobram, se armazena nos ossos. Osso é almoxarifado para a vida celular e é administrado pelos hormônios.
A vida óssea é tão intensa, que ao longo da vida, os ossos são remodelados ou reconstruídos entre 7 e 10 vezes em humano com 70 anos. Esse dinamismo, permite ao osso se adaptar diariamente às necessidades de mobilidade para a vida. Parafraseando uma conhecida propaganda, eu diria: sangue é osso, movimento é osso, mineral é osso e osso é vida! Já o esqueleto, é morte!