A Academia Maranhense de Letras (AML) publicou uma carta oficial defendendo a manutenção do nome do Hospital Nina Rodrigues, em São Luís (MA). A possível alteração surgiu em meio a questionamentos sobre o legado do médico e antropólogo maranhense, acusado de racismo em seus estudos.
A AML, no entanto, ressalta a importância histórica e científica de Nina Rodrigues, destacando sua contribuição para a medicina, a antropologia e a academia. Ele foi um dos fundadores da antropologia criminal no Brasil e publicou mais de 60 obras, incluindo Regime Alimentar no Norte do Brasil (1881) e O Alienado no Direito Civil Brasileiro (1901).
Posicionamento da AML
A manifestação da Academia, assinada pelo presidente Lourival Serejo e aprovada em sessão no dia 27 de fevereiro de 2025, argumenta que apagar o nome de Nina Rodrigues equivaleria a desconsiderar sua relevância para a ciência e o país.
O documento enfatiza ainda que, além de sua produção intelectual, Nina Rodrigues teve um papel significativo na medicina, sendo reconhecido como “Doutor dos Pobres” por seu trabalho com populações vulneráveis.
Apesar de reconhecer a importância das lutas contra o racismo e as injustiças sociais, a AML acredita que a preservação da memória do médico não deve ser confundida com a conivência com práticas discriminatórias.
A polêmica continua gerando debate entre estudiosos, sociedade civil e autoridades, dividindo opiniões sobre a necessidade de revisão histórica e o reconhecimento do legado de figuras do passado.