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Exportações do agronegócio desaceleraram no primeiro bimestre de 2025

Os embarques totalizaram US$ 22 bilhões, registrando uma queda de 4%, enquanto as importações cresceram 12%

Fonte: Da redação

As exportações do agronegócio brasileiro desaceleraram no primeiro bimestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os embarques totalizaram US$ 22 bilhões, registrando uma queda de 4%, enquanto as importações cresceram 12%, atingindo US$ 5,9 bilhões.

Entre os nove produtos cujas alíquotas de importação foram zeradas pelo governo — como açúcar, azeite, biscoitos, café, carnes, milho, óleo de girassol, massas alimentícias e sardinha —, a diferença entre exportações e importações é expressiva. As vendas externas desses itens somaram US$ 7,86 bilhões, enquanto os gastos com importações ficaram em US$ 202 milhões, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

No segmento de cereais, trigo e arroz, que não estão na lista de isenção, continuam sendo os maiores responsáveis pelas despesas com importação. O Brasil depende do trigo externo para abastecimento interno, mas as importações e exportações desse grão ficaram equilibradas em US$ 300 milhões no primeiro bimestre. Já o arroz teve um déficit comercial: o país importou US$ 87 milhões e exportou US$ 58 milhões. Por outro lado, o milho garantiu saldo positivo, com US$ 1,1 bilhão em exportações contra apenas US$ 40 milhões em compras externas.

Uma mudança importante no comércio exterior do agronegócio ocorreu neste início de ano: as exportações de carnes superaram as de soja. De acordo com a Secex, as carnes renderam US$ 4 bilhões, enquanto a soja em grão gerou US$ 3 bilhões. Essa configuração deve se alterar nos próximos meses, conforme a colheita da safra recorde de soja avança e impulsiona as exportações. No primeiro bimestre, o Brasil exportou 7,5 milhões de toneladas da oleaginosa, abaixo dos 9,5 milhões registrados no mesmo período de 2024.

O desempenho da balança comercial do setor foi positivo para produtos como café e carnes, mas apresentou retração na soja e no açúcar. O grande destaque foi o café, cujas exportações atingiram US$ 2,4 bilhões nos dois primeiros meses do ano — um recorde histórico para o período e um crescimento de 59% em relação ao ano anterior. O aumento nos preços internacionais do café, impulsionado pela baixa nos estoques globais após quebras de safra, foi o principal fator para essa valorização. Em contrapartida, a soja enfrentou queda nos preços médios.

As exportações de carne bovina atingiram 402 mil toneladas no bimestre, com faturamento de US$ 1,91 bilhão. A carne suína chegou a 211 mil toneladas, enquanto a carne de frango liderou em volume, com 911 mil toneladas exportadas.

No grupo dos produtos com alíquota de importação zerada, o azeite de oliva foi o mais importado, com gastos de US$ 78 milhões no período. Em seguida, vieram as carnes, com US$ 63 milhões. Os demais itens tiveram participação menos expressiva nas compras externas.

As importações de insumos agropecuários também cresceram. A entrada de fertilizantes aumentou para 4,69 milhões de toneladas no primeiro bimestre, com custos de US$ 1,45 bilhão. Já a importação de agrotóxicos subiu 21% em relação a 2024, totalizando 121 mil toneladas e movimentando US$ 681 milhões.

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