Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, confessou à Polícia Civil que planejou e executou o assassinato da adolescente Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, com o objetivo de roubar seu bebê, ainda no útero. O crime ocorreu em Cuiabá, e o corpo da vítima foi encontrado enterrado no quintal da casa de acusada, um dia após sua prisão.
Em depoimento à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta quinta-feira (13), Nataly relatou que aplicou um golpe mata-leão em Emilly, fazendo-a desmaiar, e em seguida amarrou suas mãos com fios de internet. Momentos depois, a jovem recobrou a consciência, e Nataly teria pedido desculpas antes de prosseguir com o crime.
A perícia apontou que Emilly ainda estava viva quando teve o bebê retirado à força. Segundo o perito Jacques Trevizan, a vítima apresentava cortes precisos no abdômen e sinais de que tentou se defender. Sacolas plásticas foram usadas para abafar seus gritos, e a causa da morte foi perda de sangue.
Segundo a Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Alessandra Carvalho Mariano, quem fez os cortes apresentava o domínio das técnicas de corte. Nas redes sociais, Nataly diz ser bombeira civil e socorrista.
“O corte foi muito preciso e ela não hesitou, inclusive preservando camadas. Foi certeira no útero”, explicou.
Os outros três filhos de Nataly também devem passar por exames de DNA para identificar se são realmente filhos biológicos da acusada.
Planejamento e tentativa de registro do bebê
Nataly afirmou que agiu sozinha e cavou a cova onde enterrou a vítima um dia antes do crime. De acordo com o delegado Caio Albuquerque, ela justificou o ato alegando ter sofrido dois abortos recentes e desejava criar o bebê como seu.
Após o assassinato, acusada e seu marido foram ao Hospital Santa Helena, em Cuiabá, alegando que a mulher havia dado à luz em casa. No entanto, a equipe médica desconfiou do comportamento dela e acionou a polícia, que confirmou que Nataly não havia engravidado.
A mãe da jovem desaparecida foi até o hospital, onde a criança permaneceu após a equipe médica da unidade chamar a polícia.
Conversas revelam emboscada
A investigação mostrou que Nataly atraiu Emilly sob o pretexto de doar roupas de bebê. Em mensagens trocadas antes do crime, a suspeita enviou a localização e até pagou o transporte da adolescente até sua casa.
Emilly chegou a mencionar que levaria o marido e a cunhada, mas, ao chegar no local, desapareceu, e nunca mais foi vista.
Desdobramentos
Nataly deve responder por homicídio triplamente qualificado. A polícia também investiga a participação de seu marido e realizará exames de DNA nos três filhos da suspeita para confirmar sua filiação biológica.
Os investigadores seguem apurando o caso e buscam mais detalhes sobre o planejamento e execução do crime.