A Fundação Peter R. de Vries, organização da Holanda que luta contra a impunidade em casos não
elucidados, está oferecendo recompensa de R$ 100 mil por informações que levem a elucidação do
assassinato do holandês Joel Bastiaens, de 23 anos, e sua namorada, a maranhense Sandra Dourado, de
42 anos. O casal foi morto a tiros em 28 de fevereiro de 2010, no bairro Araçagy, na divisa dos
municípios de São José de Ribamar e São Luís, no Maranhão.
A partir de 14 de março, um dia antes do aniversário do holandês Joel Bastiaens, a Fundação Peter R.
de Vries iniciará uma campanha nas redes sociais e em seu site para divulgar a recompensa. A campanha
tem um cartaz com a foto do casal, a data do assassinato e a pergunta em destaque: Você tem a Dica de
Ouro? As informações que levem à elucidação do caso devem ser encaminhadas no próprio site da
instituição (https://www.peterrdevries.nl/joel-bastiaens-br/) e por e-mail: [email protected]. As
testemunhas podem entrar em contato com a fundação de forma anônima.
De acordo com familiares das vítimas, o duplo assassinato tem características de crime de encomenda
e elementos de feminicídio. Sandra e Joel eram corretores de imóveis e foram atraídos por um
suposto comprador de um imóvel no bairro do Araçagy. Chegando ao local, por volta as 10h20, o
casal foi brutalmente assassinado. O inquérito policial nunca foi concluído e as investigações foram
paralisadas.
Campanha para obter informações
A campanha da Fundação holandesa Peter R. de Vries chega em momento oportuno, pois, o crime de
homicídio do casal prescreve em 20 anos. O caso de Joel e Sanda completou 15 anos no dia 28 de
fevereiro e integra a lista dos crimes impunes no Brasil. Só em 2022, 61% dos homicídios no país não
foram solucionados, segundo o relatório “Onde mora a impunidade?”, do Instituto Sou da Paz.
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, as estatísticas apontadas são
alarmantes. Só em 2024, o Brasil registrou 1.459 de feminicídios, maior número da série histórica.
Os estados do Piauí, Maranhão, Paraná e Amazonas tiveram o maior aumento de casos por 100 mil
habitantes de um ano para o outro, segundo dados do Sinesp (Sistema Nacional de Informações de
Segurança Pública), do Ministério da Justiça e Segurança Pública), publicado no site Banda B.
Dirigida por uma mulher, Kelly de Vries, filha do renomado jornalista criminal holandês e defensor
da justiça Peter R. de Vries (também brutalmente “executado), a Fundação Peter R. de Vries conta
com profissionais especializados em acompanhar os casos não solucionados de assassinatos de
holandeses.
Ao receber informações, por meio do site, com o máximo possível de detalhes (quem, o
quê, onde, quando, como, por que, etc), a equipe sob a orientação da advogada Annemiek Van
Spanje analisa os arquivos e conversa com especialistas forenses, detetives e jornalistas. Juntos, eles
buscam respostas. A orientação no site da instituição é que o formulário não deverá ser preenchido se
as informações consistirem em suposições, palpites, especulações e/ou observações paranormais.
Pais de Joel estiveram no Brasil
Os pais do holandês, Joel Bastiaens, estiveram em São Luís em 2014 para acompanhar as investigações,
paralisadas na época. Inconformados com a impunidade e a demora das autoridades brasileiras para
elucidar o caso, eles apresentaram denúncia contra o Estado brasileiro perante a Comissão
Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), sediada em Washington/EUA em 2018, por meio do
escritório de advocacia Nicodemos & Nederstigt Advogados Associados, durante visita de membros
da CIDH ao Brasil. O processo ainda tramita na Corte Internacional.
Em agosto de 2024, o Governo do Estado do Maranhão foi condenado pela Justiça a pagar indenização
aos familiares no valor de R$ 160 mil por ter abandonado as investigações e não dar respostas do duplo
assassinato aos familiares. Entre os pontos que evidenciam a responsabilidade do Estado por omissão,
de acordo com a sentença da Justiça, estão: a falta de estrutura adequada na Delegacia para promover
a investigação de forma eficiente; a demora excessiva para a realização de diligências essenciais para
elucidação do crime; pausas longas na tramitação do inquérito, com a perda de oportunidade de
coleta de provas importantes e outros. Providências que propiciariam a elucidação dos fatos não
foram tomadas a tempo de alcançar a prova preservada.
Sobre a Fundação Peter R. de Vries
Como repórter policial, Peter R. de Vries sempre se comprometeu a ajudar sobreviventes, aqueles
que ficaram para trás e qualquer pessoa que tenha entrado em contato com injustiça. Pouco antes de
sua morte, ele fundou a Golden Tip Foundation para desenvolver ainda mais isso. Em 06 de julho de
2021, Peter R. de Vries foi baleado após sair dos estúdios de televisão da RTL Boulevard, onde
estava trabalhando naquela noite. Ele ficou gravemente ferido e morreu 9 dias depois – em 15 de
julho de 2021 – devido aos ferimentos no hospital, cercado por sua família. O trabalho criado por ele
teve continuidade. Após sua morte, sua família e o conselho decidiram mudar o nome da fundação
para Fundação Peter R. de Vries.
SERVIÇO:
Quem tiver a pista de ouro que leve à condenação definitiva do(s) responsável(is), pode enviar
informações para a fundação por meio de:
Dicas: e-mail [email protected]
Maiores informações: https://www.peterrdevries.nl/joel-bastiaens-br/