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Número de mortos por terremoto em Mianmar ultrapassa 2 mil

O tremor devastou várias regiões do país do Sudeste Asiático, que permanece sob controle militar

Fonte: Da redação

A junta militar de Mianmar informou nesta segunda-feira (31) que o número de mortos no terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o país na sexta-feira (28) chegou a 2.056. O tremor devastou várias regiões do país do Sudeste Asiático, que permanece sob controle militar desde o golpe de Estado ocorrido em 2021. Segundo o regime, cerca de 3.900 pessoas ficaram feridas e 270 estão desaparecidas. O abalo também causou danos severos na Tailândia, onde 19 mortes já foram confirmadas.

O Governo de Unidade Nacional, formado por opositores e remanescentes do governo deposto, aponta um número ainda maior de vítimas fatais: 2.418. A imprensa internacional, no entanto, não conseguiu verificar os dados de forma independente, devido às restrições impostas à mídia no país desde o golpe militar. O general Min Aung Hlaing, chefe da junta, alertou que o número de mortos pode continuar subindo à medida que as buscas avançam.

O cenário nas regiões atingidas é de destruição. Na cidade de Mandalay, no centro do país e próxima ao epicentro do terremoto, prédios desmoronaram e uma ponte centenária ruiu. Na capital tailandesa, Bancoc, um arranha-céu em construção desabou, matando 12 pessoas. Ainda há 75 desaparecidos entre os escombros da construção. Equipes de resgate utilizam máquinas de escaneamento e cães farejadores em busca de sobreviventes.

Mesmo diante da tragédia, a guerra civil em Mianmar continua, o que compromete o alcance da ajuda humanitária. Parte das áreas mais afetadas não está sob controle da junta militar, sendo disputadas por grupos rebeldes. De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, o conflito dificulta o acesso às vítimas e impede o envio rápido de equipes de resgate.

Grupos insurgentes acusam o Exército de continuar realizando ataques aéreos em vilarejos mesmo após o terremoto. Em resposta à crise, o governo de Singapura pediu um cessar-fogo imediato para permitir os esforços de socorro. A junta de Mianmar decretou uma semana de luto oficial a partir desta segunda-feira.

Equipes de resgate conseguiram retirar sobreviventes dos escombros em Mandalay, incluindo uma mulher grávida e uma menina. Já na Tailândia, sinais de vida foram detectados em meio às ruínas do prédio em Bancoc, três dias após o tremor. As autoridades locais trabalham contra o tempo, pois as chances de encontrar pessoas vivas diminuem significativamente após 72 horas, segundo a vice-governadora da cidade, Tavida Kamolvej.

A ajuda internacional começou a chegar ao país nos últimos dias. A China foi uma das primeiras a agir, enviando US$ 13,9 milhões em assistência, além de barracas e kits de primeiros socorros. A Índia também contribuiu com aeronaves e equipes de busca. Os Estados Unidos prometeram US$ 2 milhões em ajuda humanitária, enquanto o Vietnã enviou mais de cem socorristas e US$ 300 mil em recursos.

Outros países como Japão, Rússia, Coreia do Sul, Malásia, Indonésia, Filipinas, Nova Zelândia e Tailândia também ofereceram apoio, seja por meio de materiais médicos, equipes especializadas ou apoio logístico. Ainda assim, o desafio para alcançar todas as áreas atingidas permanece elevado diante do conflito interno que persiste no país.

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