O som das matracas já começa a ecoar pelas ruas do Maranhão. Ainda faltam semanas para os arraiais ganharem vida, mas a energia dos festejos juninos já pulsa nos bastidores — e em breve, vai atravessar fronteiras. Neste domingo (27), o estado inicia sua maratona de divulgação da terceira edição do Maior São João do Mundo, com uma intervenção cultural em dose dupla no Rio de Janeiro: às 10h na Avenida Atlântica, em Copacabana, e ao meio-dia na tradicional Feira de São Cristóvão.
A ação é voltada à imprensa e ao trade turístico, e marca o pontapé oficial da temporada junina de 2025, em uma iniciativa que une cultura e estratégia de promoção do Maranhão como destino turístico.
O espetáculo terá como anfitriã a influenciadora Thaynara OG, embaixadora do São João do Maranhão, acompanhada por dois grupos que representam a essência da festa: o Boi de Maracanã, com seu sotaque de matraca, e o Boi de Sonhos, trazendo o sotaque de orquestra. Ritmo, cor, dança e encantamento maranhense em plena orla carioca.
A turnê junina segue na próxima terça-feira (29), desta vez rumo à capital paulista. Em São Paulo, o evento principal será realizado no Villagio JK Eventos, na Avenida Juscelino Kubitschek. Antes da festa, o coração da Avenida Paulista será tomado por uma intervenção cultural nas proximidades do vão da FIESP, com apresentação de artistas maranhenses e manifestações populares típicas do período.
Uma vitrine que move turismo e economia
O São João do Maranhão é, hoje, muito mais que uma celebração cultural. É um motor econômico. Segundo o Observatório do Turismo, 84,7% dos visitantes consideraram a programação dos arraiais de 2024 excelente ou boa. E mais: a campanha de divulgação foi aprovada por 74% dos entrevistados. Reflexo disso? Em junho do ano passado, mais de 77 mil passageiros desembarcaram em São Luís, segundo dados da CCR Aeroportos.
Durante o mês junino, o estado se transforma em um grande palco: da capital aos interiores, arraiais tomam ruas, praças e corações, com uma programação que une tradição e inovação. O público, além de assistir aos espetáculos, se conecta com o artesanato local, com a culinária típica (especialmente os pratos à base de frutos do mar) e com o patrimônio histórico maranhense.
Locais como o Centro Histórico de São Luís, o município de Alcântara e o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses se tornam paradas obrigatórias para quem visita o estado durante o período.
Tradição viva em cinco sotaques
O São João do Maranhão é plural por natureza. A festa reúne expressões culturais de raízes indígenas, africanas e europeias, entrelaçadas em uma só narrativa. No centro da celebração está o bumba-meu-boi, com seus cinco sotaques tradicionais — matraca, orquestra, zabumba, baixada e costa de mão — além de outras manifestações como cacuriá, tambor de crioula, danças regionais e quadrilhas.
A ideia de levar a festa a outras capitais vai além da promoção: é uma afirmação da identidade maranhense como um dos pilares culturais mais ricos do Brasil.
Em tempos em que muitas festas populares se perdem entre modismos, o São João do Maranhão resiste — colorido, intenso e autêntico — e continua transformando tradição em oportunidade.