Iluska Fontes
O mau hálito ainda é tratado com muito tabu. É comum ver pessoas evitando o assunto, sofrendo em silêncio, acreditando que a única saída é conviver com essa alteração. Mas a verdade é que o mau hálito tem causas específicas e, sim, tem tratamento de verdade, sem promessas milagrosas.
Estima-se que cerca de 30% da população mundial conviva com a alteração do hálito. Isso significa que, a cada dez pessoas, pelo menos três podem estar enfrentando esse desafio, muitas vezes sem saber que existe solução.
Muita gente não sabe, mas a saliva tem um papel fundamental nisso tudo. Ela é como um “rio protetor” da boca: limpa, hidrata, regula o pH e ainda combate microrganismos. Quando a produção de saliva está comprometida, por estresse, uso de medicamentos, doenças sistêmicas ou até pela respiração bucal, esse equilíbrio se perde. E a boca seca, que parece algo simples, pode ser o gatilho para o aparecimento do mau hálito.
As consequências não são apenas físicas. O impacto psicológico é profundo. Os pacientes descrevem medo de falar de perto, vergonha constante, baixa autoestima e até isolamento social. Muitos chegam ao consultório desacreditados, depois de anos tentando resolver com enxaguantes, sprays e balas , soluções temporárias que apenas disfarçam o problema.
Por isso, o trabalho do Cirurgião-Dentista habilitado no tratamento da halitose, vai muito além da boca. É sobre devolver segurança, confiança e qualidade de vida. Para isso, são usados exames específicos, como a sialometria e a cromatografia gasosa, que ajudam a identificar a causa real da alteração do hálito. Com diagnóstico correto, o tratamento é eficaz, individualizado e respeitoso com a história de cada pessoa.
Mau hálito não é falta de higiene. É um desequilíbrio. E merece ser tratado com ciência, acolhimento e escuta. Existe solução e começa com coragem para dar o primeiro passo.