O Vaticano anunciou que o conclave para a eleição do novo papa terá início no dia 7 de maio. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (28), durante uma reunião de cardeais que definiu os próximos passos dos ritos. A eleição acontecerá, como de costume, na Capela Sistina, sob o teto magistralmente pintado por Michelangelo.
A escolha do novo líder espiritual dos 1,4 bilhão de católicos ocorre após o sepultamento do pontífice anterior, realizado no último sábado, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma. A missa de corpo presente, celebrada na escadaria da Basílica de São Pedro, reuniu chefes de Estado, membros da realeza e uma multidão de fiéis em luto. No domingo, parte dos cardeais visitou o túmulo de mármore com a inscrição “Francisco” para prestar homenagens.
Como será o Conclave?
Os 135 cardeais eleitores, todos com menos de 80 anos, serão hospedados na residência de Santa Marta, dentro do Vaticano, enquanto durar o conclave. No primeiro dia, eles participarão de uma missa solene na Basílica de São Pedro antes de seguirem em procissão até a Capela Sistina, onde, vestidos com o hábito coral, prestarão juramento sobre o Evangelho.
A tradicional ordem “extra omnes” (todos fora) será pronunciada, e todas as pessoas não envolvidas na eleição deixarão o recinto. A partir desse momento, o isolamento dos cardeais é absoluto: nenhum contato com o exterior é permitido, e dispositivos de bloqueio eletrônico garantem o sigilo.
A eleição ocorrerá em votações secretas, com os cardeais escrevendo o nome do candidato escolhido em cédulas que são dobradas e depositadas em uma urna especial. Para a eleição ser válida, o candidato precisa alcançar dois terços dos votos — no caso, pelo menos 90 votos. Se não houver vencedor, novas rodadas de votação serão realizadas, com duas votações pela manhã e duas à tarde, até a escolha de um novo pontífice.
Caso nenhum nome alcance a maioria necessária após três dias de votações, o processo é suspenso para um dia de oração. Toda votação é seguida da queima das cédulas, com a fumaça preta indicando que ainda não há papa e a fumaça branca, a eleição de um novo líder.
O anúncio do novo papa
Quando um cardeal for eleito, ele deverá aceitar formalmente a escolha e anunciar o nome que adotará como papa. Em seguida, o cardeal protodiácono proclamará o tradicional “Habemus Papam” da varanda da Basílica de São Pedro. Logo após, o novo pontífice fará sua primeira bênção “urbi et orbi” (à cidade e ao mundo).
Representação brasileira no Conclave
Sete cardeais brasileiros participarão da eleição:
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Sérgio da Rocha (arcebispo de Salvador)
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Jaime Spengler (arcebispo de Porto Alegre)
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Odilo Scherer (arcebispo de São Paulo)
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Orani Tempesta (arcebispo do Rio de Janeiro)
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Paulo Cezar Costa (arcebispo de Brasília)
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João Braz de Aviz (arcebispo emérito de Brasília)
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Leonardo Ulrich Steiner (arcebispo de Manaus)
Regras de sigilo absoluto
Durante todo o conclave, os cardeais são obrigados a manter absoluto segredo sobre as deliberações. Qualquer quebra desse juramento pode resultar em excomunhão. Além dos cardeais, todos os funcionários que prestam serviços no Vaticano nesse período — motoristas, cozinheiros, enfermeiros e outros — também prestam juramento solene de sigilo.
A expectativa é que o novo papa seja escolhido rapidamente, como ocorreu nas eleições de Francisco, em 2013, e de Bento XVI, em 2005, ambas resolvidas em apenas dois dias. O Vaticano prorrogou as credenciais de imprensa até 31 de maio, sinalizando que espera que todo o processo seja concluído até essa data.