A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) confirmou nesta quarta-feira (30) que a morte de duas crianças e a internação grave da mãe, em Imperatriz, foram causadas por envenenamento. O caso chocou o estado pela brutalidade e premeditação: um ovo de Páscoa foi entregue à família contendo pesticida altamente tóxico. Jordélia Pereira, de 35 anos, foi indiciada por dois homicídios qualificados e tentativa de homicídio.
Segundo os laudos apresentados, vestígios de “chumbinho” foram encontrados no doce, em amostras de sangue e urina das vítimas e em materiais apreendidos com a suspeita. A Polícia Civil concluiu o inquérito e a mulher, presa em menos de 10 horas após o crime, já está recolhida no presídio feminino de São Luís.
O crime aconteceu em 16 de abril. Um motoboy entregou o presente na casa da vítima, Mirian Lira, com um bilhete assinado “Com amor”. Horas depois, os filhos dela, Luís Fernando (7 anos) e Evellyn Fernanda (13), passaram mal. Ambos não resistiram. Mirian também foi internada após consumir o chocolate.
Roteiro do crime e provas reunidas
A investigação mapeou os passos de Jordélia até Imperatriz. Ela teria viajado de Santa Inês, usando nome falso e disfarçada com peruca. Câmeras de segurança registraram sua passagem por um hotel e por uma loja de chocolates. Testemunhas confirmaram a compra do ovo. Uma ligação feita à casa da vítima após a entrega do presente também reforçou a ligação da suspeita com o crime.
Além disso, o atual companheiro de Mirian revelou que Jordélia é sua ex-companheira, o que reforça a tese de motivação passional. A polícia também apreendeu objetos que indicam planejamento: duas perucas, embalagens de chocolates, bilhetes de ônibus e acessórios utilizados na ação.
Apesar de ter admitido a compra do ovo, Jordélia nega ter envenenado o doce. A defesa ainda não se pronunciou oficialmente.
O caso foi elucidado com atuação conjunta da Delegacia de Homicídios de Imperatriz, Delegacia Geral, Delegacia Regional de Santa Inês, Centro de Inteligência da SSP e Perícia Oficial. Amostras foram analisadas em São Luís, incluindo exames toxicológicos de materiais apreendidos.
A Justiça já decretou a prisão preventiva da acusada, que agora aguarda julgamento sob custódia. O caso segue sendo investigado como homicídio doloso qualificado e tentativa de homicídio, com indícios de premeditação.