O Pará registrou 19 casos confirmados de monkeypox (Mpox) até 23 de abril de 2025, incluindo dois óbitos de pacientes com comorbidades, segundo dados divulgados na segunda-feira (28) pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A capital, Belém, concentra a maioria dos casos, com 14 notificações. Ananindeua contabiliza três infecções, enquanto Marituba registrou um caso. Há ainda uma ocorrência importada de outro estado.
Entre as mortes está a do cantor paraense de forró Gutto Xibatada, de 39 anos, que faleceu no dia 22 de abril após ser internado no Hospital Pronto Socorro Municipal Mário Pinotti, em Belém. De acordo com familiares, o artista começou a apresentar sintomas cerca de um mês antes, período em que viajou ao Rio de Janeiro e à Bahia. Mesmo após retornar à capital paraense e procurar atendimento médico, foi orientado a seguir em isolamento domiciliar.
Com o agravamento do quadro, Gutto — que era asmático — desenvolveu comprometimento pulmonar severo e perdeu funções motoras e sensoriais, como fala, visão e capacidade de se alimentar. Ele foi socorrido pelo Samu e deu entrada no hospital na manhã do dia 22, mas morreu horas depois, no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). A família questiona a qualidade do atendimento prestado, alegando falhas na assistência e no monitoramento clínico.
A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), por sua vez, afirmou em nota que o paciente foi orientado adequadamente e encaminhado para tratamento em unidade de referência. A pasta acrescentou que as causas da morte ainda estão sob investigação da Vigilância Epidemiológica. Pessoas que tiveram contato direto com o cantor foram monitoradas, mas, como não apresentaram sintomas, foram liberadas.
A monkeypox, ou Mpox, é uma infecção viral causada por um ortopoxvírus e se transmite principalmente pelo contato próximo com lesões de pele, secreções, gotículas respiratórias ou objetos contaminados. Os sintomas mais comuns incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, cansaço e erupções cutâneas que evoluem de manchas para bolhas e crostas. Em pessoas imunocomprometidas ou com doenças preexistentes, a doença pode evoluir para quadros graves, como pneumonia, encefalite ou infecções secundárias.
Diante do avanço da doença, o Ministério da Saúde orienta que, ao identificar sintomas suspeitos, a população busque atendimento médico imediato e mantenha o isolamento até a completa cicatrização das lesões. O órgão reforça ainda a importância de medidas preventivas, como evitar contato com pessoas infectadas, higienizar frequentemente as mãos, utilizar máscaras em casos suspeitos e manter o esquema vacinal atualizado, quando indicado.
A pasta também destaca que o monitoramento de contatos próximos e a vigilância ativa são fundamentais para conter a disseminação da Mpox no Brasil.